terça-feira, 30 de outubro de 2012

Confira algumas declarações a respeito do movimento promovido pela Anvisa em audiência pública no dia 27 de setembro

Diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano (a direita)
Foto: Imprensa/Anvisa

A Anvisa, no mês de setembro, iniciou uma ação para discutir a situação brasileira de comercialização de medicamentos tarjados sem a devida prescrição médica. Devido à complexidade do tema, a agência quer mobilizar a sociedade. Porém, o assunto parece não estar recebendo a atenção merecida, dando a entender ser um assunto de pouca importância. Poucos veículos de comunicação deram a notícia da audiência pública que ocorreu no dia 27 de setembro de 2012, no auditório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em Brasília (DF), para que as autoridades discutam sobre a viabilidade da ação.

Alguns sites e jornais como Veja e Folha de São Paulo noticiaram as medidas que Anvisa pretende tomar para fazer valer a lei. Segundo esses órgãos da imprensa, a audiência teve a participação de farmacêuticos, representantes das indústrias de medicamentos e apenas um único parlamentar. , e suas opiniões foram:      
Henrique Tada, da Alanac (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais), assim resumiu em audiência pública no dia 27 de setembro, algumas ações para solucionar o problema: "é preciso um prazo adequado da validade da receita médica - hoje há vários prazos previstos em normas, 30 dias, 120 dias, 180 dias -, perceber os usos emergenciais - como a pílula do dia seguinte, que não pode esperar -, a dificuldade de acesso a consultas médicas, a importância da revisão da lista de medicamentos isentos de prescrição, a adoção de um receituário eletrônico".
Cassio Sobrinho, do Sindifarma (sindicato dos farmacêuticos) do Amapá, na mesma audiência afirmou que as disparidades regionais de oferta de médicos devem ser consideradas na discussão: "Nosso Brasil é formado por vários "Brasis". O amazônico é o que está na miséria, com menos assistência à saúde. Não queremos infringir normas, mas queremos condição para isso. E não temos."
O deputado federal Antônio Roberto (PV-MG), único parlamentar presente na discussão, disse concordar com a necessidade da receita, mas que é preciso ter "prudência". "Por questão de princípio, acho que tem que ter o mínimo de determinação estatal na vida das pessoas adultas”. Foram noticiadas muitas críticas sobre a ação, feita por leitores.
Como pôde ser visto em diversas fontes, o assunto é bem polêmico. Algumas pessoas que fazem o uso contínuo de medicamentos e aquelas que trabalham ou fazem uso do sistema de saúde pública comentaram em blogs e sites colocando suas opiniões contrárias à medida.
O embate entre as opiniões é derivado das diferentes visões devido à posição social e profissional distintas. Então cada um analisa sob um ângulo diferente da situação, o que é muito importante para se conseguir a melhor solução. E apesar de opiniões diferentes, elas se completam.
Em alguns sites de importantes órgãos de classe, como CREME-SP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e CFF (Conselho Federal de Farmácia), não foi postado nada sobre o assunto. O que se estranha, pois essa ação precisa da participação de todos os profissionais da saúde.
Não se trata só de medicamentos e sim da saúde da população nacional, o uso indiscriminado desses medicamentos tarjados trazem grandes problemas a saúde dos consumidores, provocando casos de intoxicações e de doenças, além de agravar o quadro clínico de pessoas já doentes por meio da automedicação.  E o fato de já existir uma lei e ela não ser respeitada, mostra sua desvalorização e porque são simplesmente ignoradas, além de apontar também uma grande falha no sistema de saúde do país. 

Texto: Thaíris Alves de Queiroz, aluna do 4º semestre de Farmácia   

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