segunda-feira, 17 de junho de 2013

Permissão de remédios para emagrecer não altera necessidade de alimentação adequada


Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) decidiu manter a permissão para a venda de remédios à base da sibutramina, uma substância usada em remédios para emagrecer. Apesar da menor agressividade da sibutramina em relação a outros componentes utilizados em remédios para emagrecimento, os riscos são altos: os medicamentos com a sibutramina necessitam de prescrição e os médicos precisam avisar os pacientes dos efeitos colaterais. Na verdade, os remédios não podem substituir uma alimentação saudável e atividades físicas, que são mais indicadas para reduzir peso de uma forma saudável.

“Hoje em dia os estudos relacionados à fome e à saciedade estão muito avançados”, diz o nutricionista e professor da UNISANTOS Cézar Henrique de Azevedo, ao considerar que uma alimentação pouco elaborada ou muito rápida prejudica a saúde e pode refletir no aumento do peso. “Muitas pessoas seguem as dietas fast food – geralmente, pães, massas e salgados fritos, que, numa grande porção, têm muitos carboidratos e gorduras e pouca parte proteica e fibras”.


Azevedo explica que certos alimentos passam muito depressa pelo organismo e isto faz a fome chegar mais rápido, pois esta alta velocidade não permite que o cérebro entenda que o corpo não precisa comer mais. Com isso, o preenchimento do vazio do estômago é momentâneo. No entanto, “numa alimentação mais diversificada e com um volume adequado, há uma digestão mais lenta, os nutrientes são liberados mais gradativamente e o cérebro entende que está satisfeito e mantém a sensação de saciedade por mais tempo”.

Hoje, porém, segundo o nutricionista, “os cardápios estão invertidos. No Ambulatório de Nutrição da UNISANTOS, atendemos a qualquer pessoa e vemos que lanches rápidos não são mais esporádicos. As pessoas dizem que não têm tempo, mas não se pode trocar a refeição por trabalho ou por outras atividades”. Ele alerta aos que vão ao médico em busca de remédio sem antes tentar emagrecer apenas com uma reeducação alimentar.  “Se o alimento o fez engordar, por que não tentar emagrecer com o próprio alimento? Os remédios são mais agressivos, por isso é melhor prevenir com alimentação mais saudável“, aconselha.

Sibutramina - O farmacêutico e professor da UNISANTOS, Paulo Angelo Lorandi, diz que “a sibutramina é uma substância responsável por tirar a fome, mas acaba alterando outros sistemas do organismo”. A Anvisa acompanha os danos e os efeitos colaterais da sibutramina relatados por médicos e já se sabe que ela “traz riscos para indivíduos hipertensos e com transtornos psiquiátricos”. Lorandi também diz que remédios com sibutramina não devem ser usados por princípios estéticos, mas, sim, se a obesidade não puder ser tratada com a reeducação alimentar e com as atividades físicas. “Manter-se magro é um hábito saudável. O peso está mais ligado a hábitos alimentares do que a medicamentos”, completa o farmacêutico.

Bruno Almeida - aluno do 3º semestre de Jornalismo

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