terça-feira, 15 de abril de 2014

Síndrome depressiva tem sintomas persistentes

A depressão, ou síndrome depressiva, é caracterizada por um conjunto de sintomas persistentes por mais de duas semanas, dentre os quais o mais significativo é a tristeza atípica. É corriqueiramente confundida com mau-humor ou tristeza pontual em resposta a uma decepção, perda ou insatisfação, tão comum às gerações atuais, tipicamente imediatistas, competitivas, materialistas e muito dependentes de recompensas.

Os fatores determinantes desta doença não estão totalmente esclarecidos. Há os que defendam que a depressão é um desequilíbrio químico, no qual a concentração de neurotransmissores se encontra diminuída, sendo passível de tratamento medicamentoso. Os antidepressivos agem elevando a disponibilidade dos neurotransmissores, supostamente ajustando o desequilíbrio, ajudando a controlar os sintomas e sinais da depressão.


Há, também, os que defendam o tratamento da depressão exclusivamente por meio da psicanálise. Esta terapia que trabalha o inconsciente teria a tarefa de regular as relações do organismo com o ambiente de modo a enfrentar as angústias, a vencer o sofrimento.

Há, ainda, quem defenda que as citadas terapias são adjuvantes e complementares, a cura da depressão só seria possível através de intervenções químicas para ajuste de níveis de neurotransmissores, e psíquicos motivacionais de autonomia e mudança comportamental.

A mídia vem, constantemente, destacando a depressão como o “mal do século XXI”, o que sugestiona a população para o autodiagnóstico influenciando, de algum modo, o prescritor. Há a defesa por alguns pesquisadores que este raciocínio tem mantido crescente a taxa de acometidos. Essa dinâmica seria fundamentada em pesquisas patrocinadas pela indústria de medicamentos, comprometendo a imparcialidade dos dados devido a conflito de interesses.

Quanto ao antidepressivos, em geral, o paciente abandona a terapia medicamentosa com a passagem da crise aguda, ou pelo surgimento de efeitos colaterais, que incluem: dores de cabeça, transtornos sexuais, perturbações alimentares e digestivas. Esta interrupção abrupta é extremamente perigosa, pois o organismo já está dependente do fármaco para a manutenção dos níveis de neurotransmissores. O rápido declínio desta concentração traz a chamada síndrome de abstinência, que favorece recaídas e até mesmo ideias suicídas. Para que este agravo não ocorra, o desmame somente deve ser feito lentamente, com acompanhamento médico.

É imprescindível salientar que medicamentos não fazem as pessoas mais felizes. Muitas vezes a introdução de hábitos saudáveis de alimentação e atividade física, somados a relacionamentos sólidos são substituintes equivalentes para saúde mental.


Suzana Silva de Oliveira – 9º semestre Farmácia

Referências
BARATTO, Geselda; AGUIAR, Fernando. A “psicologia do ego” e a Psicanálise freudiana: das diferenças teóricas fundamentais. Santa Catarina: Rev. Filos., 2007. V.19, n.25, p.307-331, jul./dez. 2007.

BRATS. Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde. Antidepressivos no transtorno depressivo maior em adultos. [S.l.]: Brats, 2012. ISSN 1983-7003 Ano VI nº 18 | Março de 2012.

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