terça-feira, 20 de maio de 2014

Alergia a medicamentos

Constantemente, o organismo combate agentes estranhos por meio de mecanismo de defesa próprio. Por diferentes mecanismos, mas sempre envolvendo a resposta imunológica, o corpo se defende contra os agentes biológicos (vírus, fungos, bactérias e protozoários); químicos (solventes, perfumes, medicamentos, partículas variadas, etc.); bioquímicos (pólen, venenos e toxinas de animais, por exemplo); além de gerar respostas por intolerância alimentar. Quanto mais breve e eficaz esta resposta, menor a percepção da presença do agente causador. Essas respostas acontecem várias vezes ao dia.

Reação alérgica é a exacerbação dessa mobilização do organismo ao contato do agente externo que se prolonga mesmo após sua eliminação, denominada resposta imunológica. No caso de alergia ao medicamento, assim como todas as outras, esta reação de hipersensibilidade por processo imunológico não ocorre na primeira administração do medicamento, necessitando de um período mínimo de contato durante o qual o fármaco será diferenciado das moléculas endógenas (próprias do organismo), e combatido após induzir a sensibilização imunológica. Ocorrida esta indução, a reação alérgica pode ser desencadeada por doses mínimas da substância ou por fármacos estruturalmente semelhantes (reação cruzada), qualquer que seja a via de contato, seja oral, tópica ou sistêmica. Neste caso, as reações adversas são mais brandas, envolvendo coceira, prurido e vermelhidão localizada. A simples suspensão do medicamento causador da alergia é suficiente para remediar a situação.

Já em reações alérgicas agudas clássicas não há necessidade de contato prévio. A sintomatologia se evidencia rapidamente, e pode envolver urticária, edema e até mesmo anafilaxia. Estes casos têm rara ocorrência e é difícil previsão, uma vez que não existem métodos laboratoriais ou testes cutâneos eficientes na identificação da maioria das reações. O histórico clínico do paciente deve ser cuidadosamente avaliado para diagnosticar previamente estes casos.

O benefício do uso de medicamentos importantes não deve ser protelado por receio de ocorrências extremamente raras. Esse medo tem gerado decrescentes taxas de indicação do antibiótico penicilina, que é corriqueiramente substituído na prescrição médica por alternativas de maior custo e nem sempre de efeito terapêutico superior. A penicilina é responsável por reações de hipersensibilidade da ordem de 0,1%, resultando em prejuízo das condições de sua comprovada eficácia, como na profilaxia da febre reumática e no tratamento da sífilis.


Suzana Silva de Oliveira – 9º semestre Farmácia



Referências bibliográficas

BERND, Luiz Antonio Guerra (Prof. Dr.). Alergia a Medicamentos. Rev. bras. alerg. imunopatol., v. 28, n. 3, 2005.

CAETANO, Rosângela (Dr.). CEBRIM/CFF. Testes para identificação de reações alérgicas à penicilina. Farmacoterapêutica, Ano XVII, n. 4, ou

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