segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Doença viral Ebola

Os primeiros registros da doença viral ebola datam de 1976, quando dois surtos infeciosos surgiram no Sudão e no vale do rio Ebola, na República Democrática do Congo, nominando então a doença.

Acredita-se que morcegos frugíferos sejam os hospedeiros naturais do Ebolavirus. Suas fezes infectariam animais selvagens (como macacos e porcos), que passariam a veicular o vírus ao ser humano através do contato direto, ou pelo consumo de carne malcozida ou derivados de origem animal. Entre indivíduos, o contágio se dá por contato com sangue, secreções e outros fluidos corporais infectados.

Os primeiros sintomas surgem entre dois e 21 dias do contágio e incluem fraqueza, febre, dor de cabeça, muscular, e de garganta. Posteriormente, evoluem para vômito, diarreia e mau funcionamento de rins e fígado. Em casos graves surgem hemorragias, razão por anteriormente a doença ser denominada “febre hemorrágica Ebola”.

Todos os microrganismos de uma mesma espécie, dentre eles os vírus, podem sofrer pequenas variações as quais chamamos de sorotipos. Essas variações, que podem ser detectadas por técnicas laboratoriais, modificam ou não a forma da doença, aumentando ou diminuindo sua periculosidade. Para o Ebolavirus, os três sorotipos mais letais se concentram na África, enquanto outros dois, mais brandos, foram detectados na China e nas Filipinas. Os sintomas da doença ebola são similares aos de malária, cólera, leptospirose, meningite, febre tifóide, e outras febres hemorrágicas. O diagnóstico definitivo é feito por exame laboratorial.

O vírus permanece viável e contagiosa por semanas em pacientes que se recuperam da infecção.
Até o presente momento, não existe tratamento específico para o vírus. O paciente é mantido em isolamento para conter a propagação da doença e recebe tratamento paliativo dos sintomas, tais como a febre, a dor e a desidratação.

Dois agentes de saúde americanos infectados por Ebola durante exercício profissional na África receberam recentemente um soro experimental, que se mostrou eficaz e aparentemente seguro. Há de se ressaltar o fato de terem recebido o medicamento anteriormente à sua aprovação pelas autoridades sanitárias nacionais. É fato que antes de ser liberado para uso humano, todo medicamento deve passar por testes clínicos que demandam tempo e altos custos.

A Organização Mundial da Saúde anunciou, no dia 11 de agosto, o consenso da ética na liberação de uso do medicamento em fase experimental, de eficácia ainda não comprovada e efeitos colaterais até o momento desconhecidos, como tratamento potencial ou profilático para expostos ao vírus Ebola. Particularmente nesta circunstância de “emergência de saúde pública de caráter mundial”, os riscos de administração foram considerados inferiores ao surto em si. A administração do tratamento somente será possível se atendidos critérios éticos, que inclui o esclarecimento e consentimento do paciente.

Uma vacina em fase de desenvolvimento poderá ser disponibilizada em 2015. Esta se mostrou eficaz em chimpanzés infectados por ser capaz de induzir resposta imunológica. Composta por uma fração protéica do vírus, a vacina  jamais tornaria o usuário doente, no entanto reações adversas podem surgir e algumas doses seriam necessárias para imunização. Os Estados Unidos são o único país a consentir testes em chimpanzés de cativeiro atualmente, e o impedimento legal de pesquisa em animais, adotado mundialmente, está também em andamento lá.

Entenda a importância desta prática em:
http://cimunisantos.blogspot.com.br/2013/11/contexto-legal-da-experimentacao.html).



Suzana Silva de Oliveira – 10º semestre do curso de Farmácia da UniSantos


Referências:
AGÊNCIA LUSA. Internacional. Ebola: OMS discute ética de uso de medicamentos experimentais. Genebra: EBC, 11 ago. 2014.

GREGO, Mauricio. 15 fatos sobre a ebola, que já matou centenas na África. Exame. Abril, 04 ago. 2014.


ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Global Alert and Response. Disponível em: <http://www.who.int>. Acesso em: 13 ago. 2014.


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