segunda-feira, 21 de maio de 2018

Venda de medicamentos em supermercados podem aumentar casos de automedicação e intoxicação

Nas últimas semanas, a notícia de que o presidente Michel Temer (MDB) vai avaliar o pedido de venda de medicamentos, isentos de prescrição médica, pelos supermercados, já preocupa associações e conselhos de saúde. A declaração de que iria examinar o pedido foi feita pelo presidente a empresários do varejo, durante o congresso da Associação Paulista de Supermercados (Apas), em São Paulo, no dia 7 de maio.


Responsável pelo Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), o professor doutor Paulo Ângelo Lorandi, do curso de Farmácia, destaca que antes de se pensar na venda de medicamentos em supermercados é preciso entender que há necessidade de que não é um produto simples de consulta, pois tem finalidade terapêutica, além de questões de segurança em relação ao armazenamento e disposição do produto.

“Sou totalmente contrário à venda de medicamentos em supermercados, pois nessa condição de banalização existe a possibilidade da automedicação aumentar, e termos um grande risco de intoxicação de pessoas usando medicamentos sem controle, principalmente crianças”, explicou o pesquisador, enfatizando que em 2009, na Baixada Santista, foram constatados casos de intoxicação por medicamento em cerca de 150 crianças de até 9 anos de idade.

O professor Paulo Lorandi ainda destaca sobre as confusões no conceito de drugstore.  “Por exemplo, nos Estados Unidos você tem farmácias que são verdadeiros supermercados, mas há um farmacêutico lá, e os medicamentos com prescrição são restritos. Ou seja, é uma farmácia que cresceu para um supermercado e não o contrário”. 



Por Samantha Fernandes – 5º semestre do curso de Jornalismo

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