quarta-feira, 24 de abril de 2013

Uso de medicamentos e a Asma

A asma é uma doença crônica e de gravidade variável. É resultado de processo infamatório das vias aéreas inferiores derivado de resposta imunológica sem controle do organismo, frente a variados tipos de estímulo. Fungos, ácaros, fumaças, exercícios, mudança no clima, esses são alguns dos principais fatores que podem desencadear a asma. Estima-se que 10% da população brasileira apresente pelo menos uma crise ao longo de sua vida. A crise de asma pode ocorrer por diversas vezes, comprometendo de forma variável o cotidiano das pessoas.
O uso dos medicamentos para o tratamento da asma se dá a partir dessas duas características da doença: o fato de ser crônica e de ela se expressar em crises. Para controlar a doença, diminuindo a possibilidade de crises, utiliza-se de medicamentos anti-inflamatórios, os corticosteróides. Na tentativa de aliviar a intensidade da crise, outra classe de medicamentos é usada, os broncodilatadores. Existem muitos medicamentos disponíveis no mercado, tanto para os corticosteróides quanto para os broncodilatadores. Os médicos avaliam a gravidade, além de todo o histórico da pessoa, para escolher corticosteroides ou os broncodilatadores específicos.
O uso da via inalatória é muito comum para o controle da asma. Essa forma de administração, conhecida como “bombinha” tem a grande vantagem de reduzir a dose necessária, diminuindo os riscos de reações adversas. Muita gente diz que a “bombinha vicia”. Não é verdade. O grande problema é o fato de a pessoa usar o medicamento de forma desnecessária. Existem alguns estudos que apontam que a diminuição da qualidade de vida não está diretamente relacionada com a gravidade da doença. Ou seja, as pessoas tendem a se sentir pior do que realmente estão, quando analisados os testes laboratoriais e clínicos. Inclusive os pais das crianças asmáticas também avaliam de forma inadequada. Essa percepção para pior induz ao uso desnecessário dos medicamentos. Existem maneiras de o indivíduo asmático se auto-avaliar de forma objetiva. Pergunte ao seu pneumologista. A asma pode ser bem controlada sem que seja necessário usar medicamento em excesso.
Procure um farmacêutico para conversar a respeito. Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

Prof. Dr. Paulo Angelo Lorandi

*Texto originalmente publicado no Jornal da Orla em 12/05/2012

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