sexta-feira, 7 de março de 2014

Interferentes em exames laboratoriais

Os exames laboratoriais consistem em dosar substâncias em amostras biológicas, como sangue e urina, por exemplo. Estes são facilitadores do diagnóstico de patologias, por fornecer um comparativo entre o escassez ou excesso destas substâncias e valores fisiológicos pré-estabelecidos.

A metodologia empregada em cada exame é previamente validada de modo a garantir resultados fidedignos, porém algumas substâncias oriundas da dieta ou de medicamentos podem interferir no resultado das análises.

Grande maioria dos resultados laboratoriais que sofrem interferência apresenta valores dentro da faixa de normalidade, trazendo prejuízo a diagnósticos clínicos segundo estudos. Exemplo disso é o jejum, que se prolongado pode levar a valores no sangue equivocadamente diminuídos para glicose, e aumentados para triglicérides e bilirrubinas; enquanto o jejum abreviado pode demonstrar aumento de glicose e ácido úrico, entre outros, favorecendo um diagnóstico errôneo para diabetes e gota, respectivamente.
Do mesmo modo a ingestão de ácido ascórbico (Vitamina C), cafeína, e até mesmo exercício (esforço) físico imediatamente antes da coleta, podem causar variação dos níveis doseados na amostra, comprometendo a precisão do resultado.

Bebidas alcoólicas causam várias alterações. O consumo eventual traz o aumento agudo da taxa de triglicérides, e a diminuição drástica de hormônio cortisol (compatível com o quadro de Doença de Addison, caracterizada por sucessivos processos inflamatórios e fadiga crônica). Tanto pior para seu consumo crônico, que provoca real alteração em uma série de fatores e lesão a tecidos hepático, muscular e cardíaco.

Durante o uso de analgésicos algumas enzimas que denunciariam problemas no fígado permanecem aumentadas. Alguns antiinflamatórios (corticosteróides) elevam os níveis de colesterol. Anticoagulantes reduzem a quantidade circulante de cálcio e aumentam a de sódio.

É essencial ressaltar que exames laboratoriais estão sujeitos a diversos fatores interferentes, e por este motivo devem ser parte integrante do diagnóstico juntamente à anamnese, que é o momento da investigação dos sintomas e suas possíveis causas. Neste processo, comunique ao especialista requerente dos exames e ao laboratório de análises clínicas qual a terapia adotada (mesmo que esqueçam de perguntar) para que valores discrepantes não sejam interpretados como patologias então desnecessariamente medicadas.


Suzana Silva de Oliveira – 8º semestre Farmácia Unisantos

Referências biliográficas: 
AGRELI; Josana Martins Rodrigues. II Curso Introdutório da Liga Acadêmica de Farmacologia. Principais exames laboratoriais e interferentes pré-analíticos. Uberaba: UU, 2012.

SILVA, Maísa Maria. Enfrentando os Interferentes em Bioquímica Clínica

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