sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Dose fracionada da vacina contra febre amarela


A febre amarela está novamente preocupando a população brasileira. A epidemia ainda não é um fato graças às medidas preventivas que estão sendo tomadas. Lembrando que o vírus da febre amarela pode multiplicar-se nos humanos e nos macacos. Nos animais, o vírus circula através de um tipo específico de mosquito. Mas o macaco pode ser picado, eventualmente, pelo Aedes aegypti que, uma vez infectado, pode transmitir aos humanos.Como a eliminação do Aedes é praticamente impossível, a vacina é a maneira mais efetiva de prevenção da febre amarela. A vacinação é segura e efetiva.
É certo que o macaco não transmite diretamente o vírus aos humanos, pois há de ter a ação do inseto  como vetor. Atualmente, há maior risco de transmissão do vírus da febre amarela, pois há a disseminação dos vírus em macacos que vivem em regiões próximas às áreas urbanas.Assim, o uso intensivo de vacinas para conter eventual disseminação dos vírus entre os humanos aumentou a demanda.

Em situações como essa, em que a necessidade exige, a Organização Mundial da Saúde tem estimulado o uso do fracionamento das doses. O fracionamento da dose significa administrar um quinto da dose regular. Essa prática contra a febre amarela já foi usada na República Democrática do Congo em 2016. Sua aplicação foi estudada e os resultados garantem a imunização contra o vírus pelo tempo mínimo de 12 meses.

A vacina fracionada não dá direito ao Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia – CIVP, para viagens a países sabidamente epidêmicos em relação à febre amarela, que compõem lista de mais de 120 localidades.

Esse uso emergencial da vacina contra febre amarela não significa que estamos vivendo a condição de epidemia entre humanos, mas que os vírus estão atacando os macacos que vivem em áreas próximas de regiões urbanas. Não se sabe claramente o porquê de os vírus estarem se disseminando de forma tão intensa entre os macacos. Acredita-se que as regiões de matas estão sofrendo forte degradação, o que resultaria em maior população de mosquitos e de menor oferta de frutos para os macacos, deixando-os mais suscetíveis.

A vacina contra a febre amarela é feita a partir de vírus vivos atenuadas, ou seja, sem condição de provocar a doença em indivíduos saudáveis. Porém, idosos e mulheres grávidas devem receber acompanhamento médico para decidir-se sobre a vacinação. Pessoas com a imunidade comprometida não devem imunizar-se. Crianças menores de dois anos devem receber a dose plena, segundo orientação da OMS.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas- USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.

*Publicado originalmente pelo Jornal da Orla 

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