
No entanto, nos últimos
anos têm-se registrado aumento significativo na procura de tratamentos com
plantas medicinais, devido a falsa ideia de que se o produto é natural não
haverá contraindicações e efeitos adversos, crescendo o uso de plantas
medicinais e fitoterápicos.
As plantas medicinais
são espécies vegetais que possuem determinado princípio ativo capaz de aliviar
ou curar enfermidades, podendo ser cultivada pela população. Para que sua
utilização ocorra da maneira adequada é necessário conhecer a planta, saber
onde colher e como preparar.
Quando a planta
medicinal passa por um processo industrial com o intuito de se obter um medicamento,
tem-se o fitoterápico. Esse processo industrial aplicado à planta evita
contaminações por microrganismos, além de padronizar a quantidade adequada de
princípio ativo que deve ser usada, promovendo maior segurança de uso.
Ao contrário das
plantas medicinais, para que um fitoterápico seja comercializado, é necessária
sua regularização na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Lamentavelmente
o uso de produtos naturais é realizado sem a orientação de um profissional
capacitado, podendo ocorrer efeitos adversos que, para a população que realiza
a sua utilização, eram pretensamente improváveis.
As reações adversas
podem aparecer como enjoos, irritações, edemas, intoxicações e até a morte. Além
disso, é importante saber que tanto a planta medicinal, quanto os fitoterápicos
são agentes xenobióticos, ou seja, substâncias químicas que podem ser estranhas
ao organismo e potencialmente tóxicas, sendo assim os efeitos adversos não
necessariamente ocorreram de maneira imediata, podendo se instalar a longo
prazo e de forma assintomática.
Visando a redução do
uso inadequado desses produtos e de seus efeitos adversos, em 2006, foi
aprovada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, na qual
ficou acordado a inserção de terapias alternativas e práticas populares, entre
elas a fitoterapia, no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2009, o Ministério
da Saúde elaborou uma Relação Nacional de Plantas de Interesse ao SUS
(RENISUS), que apresenta 71 plantas medicinais indicadas para o uso terapêutico
da população. Além da incorporação de incentivos do governo, como os citados
acima, ainda se faz necessária a farmacovigilância mais ativa, com o objetivo
de se identificar os efeitos indesejáveis e os riscos, proporcionando o uso
seguro e eficaz das demais plantas comercializadas no país.
Ao optar-se pelo uso de
plantas medicinais ou fitoterápicos como forma de tratamento, procure um farmacêutico
ou médico para melhor orientá-lo, indicando o uso adequado da planta ou
fitoterápico em questão.
Mayra Ivonete Wessling
– 7º Semestre – Farmácia.
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Plantas medicinais utilizadas por idosos com diagnóstico de Diabetes mellitus no
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Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e
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