sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Excesso de bebidas alcoólicas muda comportamento de jovens

Em matéria publicada pelo Jornal Folha de S. Paulo, no dia 12 de setembro. noticiou-se que o consumo de energético junto com álcool aumenta o desejo por bebidas alcoólicas.  Isto representa um risco ainda maior quando se considera o potencial viciante que tem o álcool e as consequências que sua dependência pode trazer. A psicóloga e professora da UNISANTOS, Flávia Henriques, diz que “os jovens estão formando suas identidades e beber é algo que facilita a sociabilidade e que desinibe, e isto acaba favorecendo a influência que a bebida exercerá”.

Flávia conta ainda que “mesmo sabendo dos problemas que a bebida causa, o jovem bebe para ser aceito socialmente. O que o inibiria normalmente, como a religião ou a educação recebida dos pais, é diluído”, principalmente se ele estiver em grupo. Em muitos casos, o jovem começa a beber por influência da própria família, em refeições ou festas. “Mas os pais precisam deixar claro que não se pode usar o álcool como fuga da realidade”.

A psicóloga diz que o comportamento de um jovem que está se prejudicando com o álcool, ou até mesmo com outras drogas, precisa ser notado. “Ninguém fica totalmente imune às consequências das drogas. Mudam os horários, o sono, o apetite, o humor. Podem deixar de ir bem na escola ou no trabalho e até ter depressão”. No entanto, Flávia explica que nem sempre é fácil para pais ou amigos perceberem o estado ruim a que chegou o jovem dependente de álcool. “Há uma dificuldade em ver que seu amigo ou filho está indo por água abaixo. Os pais às vezes esperam até o último instante para ajudar”.

De acordo com Flávia, este assunto não recebe prevenção adequada. “Acredito na prevenção como a forma mais eficaz de tratamento, mas se a pessoa já consome álcool em excesso a intervenção tem de ser o mais rápido possível. Se ela bebe muito, é porque está buscando no álcool um apoio que não tem, uma fuga para seus problemas, e estes só tendem a aumentar”.

“No SAPES (Serviço de Apoio Pedagógico e Psicossocial), recebemos alunos que se desesperam com a adaptação ao novo grupo social, o da Universidade, ou com a rotina diferente de estudos. Por isso, é muito importante dar apoio psicopedagógico aos jovens”, completa Flávia.

Balada - O aluno do curso de Publicidade, José (nome fictício), conta que começou a beber aos 13 anos com os amigos. “Quando começamos a sair à noite, sempre havia uma garrafa de pinga para misturar com suco ou refrigerante”. Pouco tempo depois, descobriu o energético para misturar e o sabor ficar mais suave.

Hoje, porém, nem sente o aumento de energia que a bebida traz, e só o usa para “sentir menos o gosto do álcool”. Apesar de supor que a mistura faz mal ao organismo, José conta que continua usando-o porque não se sente viciado e que o álcool o ajuda a aproveitar a vida. 

Bruno Almeida - aluno do 4º semestre de Jornalismo

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