terça-feira, 5 de novembro de 2013

Respeito animal x experimentos

O uso de animais em experimentos científicos é um assunto que foi sempre muito discutido e é polêmico. Defensores dos dois lados mantém uma luta ferrenha, na qual os que apoiam o uso estão amparados, no Brasil, pela Lei Arouca, criada em 10/09/2008, que regulamenta o uso de animais em experimentos científicos. Esse assunto ficou ainda mais discutido com o caso do Instituto Royal, um dos centros de referência no país para pesquisas de fármacos que realizam testes pré-clínicos para medicamentos destinados ao tratamento de doenças como câncer, diabetes, hipertensão, epilepsia entre outros. 

Os ativistas entraram e retiraram cães da raça Beagle e alguns coelhos, animais  nos quais eram feitos os testes. Com todo esse enredo devemos tentar achar um equilíbrio entre os dois lados e devemos começar a pensar a partir do respeito animal.

Os animais sempre foram usados em beneficio do próprio homem. Foram ou são considerados seres inferiores para os quais não dá importância além dos benefícios auferidos pelos seres humanos. Atualmente esse pensamento tem mudado, considerando-se a promulgação da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, pela Unesco em 1978. Este documento afirma que “todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência que nos homens, todo o animal tem o direito a ser respeitado. O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais. Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.”

O respeito aos animais tem de ser mantido acima de tudo e a todos as raças. A espécie humana convive há muito com os animais e graças a eles a sobrevivência foi possível. O respeito deve imperar na relação com os animais de corte, com os domésticos, selvagens e, principalmente, com os usados em experimentação. E as regras têm de ser para todos, sejam eles cães, macacos, coelhos e até para os ratos, todos são sensitivos do mesmo modo. E como falou Albert Schweitzer “quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante”.

Em cada relação com os animais, há problemas a serem superados. Para com os animais de corte, os mesmos devem ser alimentados, alojados, transportados e abatidos sem que disso resulte nem ansiedade, nem dor. Vários são os modos de abate dos animais e precisam ser feito do modo menos angustiante, uma vez que os animais são sensitivos e podem acabar estressados e sofrendo com todo o processo. Em muitos lugares de abate usam-se métodos ilegais de forma preocupante. A essa discussão ainda podemos incrementar com os argumentos dos vegetarianos e veganos, sobre os valores nutricionais e éticos da alimentação com a proteína animal.

Outro aspecto que, em algumas regiões do Brasil e do mundo, ainda se faz presenta é o uso da força animal. Em muitas situações  de abuso de sua força, com grave prejuízo da saúde do animal. Muitas horas de trabalho sem descanso e má alimentação, provocam seu sofrimento e até morte. Como o ser humano, o animal em trabalho tem direito a uma limitação razoável na duração e na intensidade do trabalho.

A discussão sobre o uso animal chegou, inclusive, ao seu uso em circos para a recreação humana, o que é proibido nos dias de hoje. Há os que defendem não ser viável sequer a manutenção de animais de estimação.

Neste contexto, é muito importante a discussão sobre os aspectos legais que permitem a experimentação com animais e, sobretudo, o controle ético sobre o seu uso.

Isadora Dias Ribeiro Santos - 6º semestre - Farmácia

Referências

UNESCO. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS. Bélgica, 1978. Disponível em http://www .forumnacional.com. br/declaracao_universal_ dos_direitos_dos_ animais.pdf  Acesso em : 01 de nov

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