quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Tuberculose é propagada por proximidade entre pessoas

A tuberculose ainda é um tema atual e pode afetar pessoas de todas as classes sociais. Os números atuais no Brasil e em nossa região são assustadores. A infecção pela bactéria causadora da doença pode ser facilitada pela desnutrição e condições socioeconômicas, porém, é a proximidade entre pessoas com tosse com catarro o principal meio de propagação. A bactéria lançada no ar, em pequenas gotículas de saliva ao tossir, espirrar ou falar, pode ser inalada, levando, eventualmente, à infecção.


Como é uma doença que ainda mata, é importante haver muita atenção aos seus sintomas (tosse por três semanas ou mais) e ao tratamento. A tuberculose é uma doença curável, desde que a medicação seja bem conduzida. É necessário o uso de mais de um antibiótico, em doses corretas e em tempo suficiente para se evitar a persistência da bactéria e o desenvolvimento de resistência aos medicamentos. A proposta do tratamento medicamentoso, custeado integramente pelo poder público, está padronizada e prevê diversas situações.

O esquema básico é formado por quatro fármacos diferentes e, recentemente, todos formulados em um único comprimido, facilitando a administração. Essas quatros substâncias são utilizadas nos dois primeiros meses do tratamento, imediatamente seguidos de outros quatro meses, administrando-se apenas duas dessas substâncias. Caso as bactérias provoquem meningite (infecção das membranas que envolvem o cérebro) ou se tornem resistentes, há indicação de outros esquemas de medicamentos, envolvendo outras substâncias, doses e tempo de uso. O custo da terapêutica inicial é bem menor do que o esquema para a terapia das bactérias resistentes. Além da chance de cura ser muito maior no tratamento inicial, sem abandono.

Como a terapêutica antituberculose é demorada e apresenta muitas reações adversas, há grande tendência de abandono ou de uso inadequado. Em vista disso, como política de saúde, o tratamento da tuberculose deve ser feito sob supervisão direta e diária de um profissional de saúde, podendo ser domiciliar ou na unidade de saúde. Em situações específicas, algum familiar assume a responsabilidade do controle. Esse cuidado é para se evitar a proliferação de bactérias resistentes, ou seja, o micro-organismo que não é sensível aos antibióticos disponíveis. Já existe bacilo de Koch (causador da tuberculose) resistente à todos os antibióticos conhecidos. Caso essas bactérias passem a ter circulação mais intensa, podem trazer grande preocupação para todos. Por isso, a adesão ao tratamento é tão importante, para a pessoa e para a comunidade, principalmente, porque uma pessoa infectada pode transmitir para até 15 outras, antes de ser tratada.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi
* Texto originalmente publicado no Jornal da Orla, em 04/08

Nenhum comentário:

Postar um comentário