quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Enxaqueca

 A cefaleia é um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo causando impacto em nível individual e social devido a diversos fatores. Essa condição clínica acarreta, graças à sua alta incidência e ao elevado potencial de cronificação, comprometimento econômico, além de redução na qualidade de vida de quem a sente.

A enxaqueca, também conhecida como migrânea é uma doença neurovascular que se caracteriza por crises repetidas de dor de cabeça que podem ocorrer com uma freqüência bastante variável. Enquanto alguns pacientes apresentam poucas crises durante toda a vida, outros relatam diversos episódios a cada mês.

De acordo com pesquisas científicas ainda não há uma determinação sobre a fisiopatologia da enxaqueca. A cefaleia é um dos males humanos mais comuns e a queixa mais frequente dos pacientes examinados por neurologistas. Um grande percentual de pacientes com cefaleia é diagnosticado como tendo enxaqueca, um subtipo específico de cefaleia que aflige aproximadamente 10 a 20% da população.

A frequência da enxaqueca é extremamente variável, mas, em geral, pode ocorrer desde uma a duas vezes por ano, até um a quatro casos por mês. A enxaqueca também pode ser precedida por um fenômeno neurológico focal chamado “aura”. Em geral, a aura é percebida como uma alteração visual, mas pode envolver alterações sensitivas e/ou motoras. Também podem ocorrer auras sem cefaléia. O controle desse problema pode ser pela via medicamentosa ou a atenção profilática não medicamentosa, para se evitar as crises.

O tratamento não medicamentoso consiste em evitar os fatores desencadeantes que são os alimentos condimentados, bebidas alcoólicas, embutidos, gorduras, entre outros. O médico deverá fazer um estudo do cotidiano do paciente para identificar os fatores desencadeantes.

Também como ações preventivas existem tratamentos que podem ser divididos de acordo com a atuação nas áreas física e mental. As terapias físicas incluem a fisioterapia com suas diversas técnicas, entre elas, postura e relaxamento muscular. Outras formas de tratamento sem medicamento que atuam fisicamente são os exercícios físicos e a acupuntura. Como os fatores emocionais, como o estresse, podem desencadear crises, o fato de evitar esse tipo de situação é uma forma de evitar as crises.

O tratamento profilático é empregado naqueles pacientes que apresentam crises freqüentes (mais do que duas crises por mês), o médico deverá estar à frente de qualquer estratégia terapêutica. Evitar os fatores desencadeantes, fazer exercícios físicos, dormir bem, nāo exagerar no álcool e nāo se preocupar excessivamente, ainda são medidas eficazes no controle de crises.

O tratamento medicamentoso baseia-se no uso de analgésicos comuns e anti-inflamatórios, para aliviar as crises, ou seja, sintomáticos. A associação da medicação analgésica com drogas antieméticas é frequentemente utilizada na prática clínica, principalmente em crianças menores, que muitas vezes só se queixam da dor quando já apresentam sensação de náuseas ou vômitos, os familiares devem estar atentos aos sintomas. Para isso, um neurologista deverá ser consultado. O médico irá diagnosticar a enxaqueca após criteriosa avaliação dos sintomas e fatores desencadeantes das crises.

É imprescindível tratar o problema na sua origem, evitando que o sistema de dor dispare excessivamente. Há de se considerar que os analgésicos não devem ser usados como preventivos.


Melissa Guimarães Menezes – 8º semestre de Farmácia


Referências:
GILMAN, A. G. et al. Goodman e Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica. 9 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill do Brasil, 1996. 1436p.

KOROLKOVAS, A.; BURCKHALTER, J. H. Química farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 783 p.

STEFANE, Thais et al. Influência de tratamentos para enxaqueca na qualidade de vida: revisão integrativa de literatura. Rev. bras. enferm.,  Brasília,  v. 65, n. 2, Abr.  2012.  Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 14 nov. 2014. 

VINCENT, B. MAURICE. Fisiopatologia da Enxaqueca. Arquivos de Neuropsiquiatria, v.56 n.4, São Paulo, dez. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 14 nov. 2014.

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