quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Entenda o que é a síndrome do pânico

A síndrome do pânico, ou transtorno do pânico, vem crescendo na população mundial – sua prevalência ao longo da vida é estimada em 1,5% e 5% da população. Ela está usualmente associada a condições psiquiátricas como a depressão e risco de suicídio e relaciona-se, inclusive, ao alcoolismo e abuso de outras drogas.  É uma condição incapacitante, associada a consequências negativas a longo prazo, como perda de produtividade, de bem-estar, de contato social e da autorrealização; além de exigir grande consumo de recursos de atenção à saúde.

Os ataques de pânico são caracterizados por períodos de intenso medo ou desconforto, acompanhados de inexplicável sensação de desgraça iminente, de que o ambiente está alterado, irreal, e medo de morrer. Alguns dos sintomas físicos se apresentam na forma de taquicardia, tremores, sudorese, falta de ar e desconforto na região peitoral.  Estes sintomas se desenvolvem abruptamente e têm seu pico em torno de 10 minutos. A crise dura de 20 a 30 minutos, raramente mais de uma hora. Posterior ao ataque, o indivíduo apresenta medo ou ansiedade de apresentar futuros ataques de pânico, preocupação sobre as consequências dos ataques ou mudança comportamental significativa devida aos ataques.

Diversos tipos de ataques de pânico podem ocorrer. O mais comum é o ataque espontâneo, sem relação com nenhuma situação desencadeadora conhecida. Existem os ataques condicionados a alguma situação, como por exemplo, ao contato com multidões e no trânsito, problemas familiares, dentre outras. Também existem os ataques de pânico noturnos, caracterizados por despertar súbito, terror e hipervigilância. Cerca de 40% dos pacientes com transtorno do pânico apresentam ataques de pânico durante o sono.

A crise do pânico pode ser causada por vários fatores, alguns deles podem ser adquiridos ainda na infância e desencadear sérios problemas na fase adulta. É uma combinação de fatores genéticos e ambientais: há uma vulnerabilidade biológica que, somada às experiências da infância, levam à fragilidade psíquica.

O tratamento da síndrome requer uma equipe multiprofissional. A terapia cognitivo-comportamental é uma forma eficaz que pode colaborar para o tratamento dos sintomas ou até para a remissão do transtorno. O tratamento medicamentoso usual alia antidepressivos e benzodiazepínicos. Os antidepressivos como fluoxetina que regulam o humor e restabelecem o ritmo cardíaco, dentre outras ações. Já os benzodiazepínicos como clonazepam tem comprovada ação ansiolítica e calmante. É óbvio que a opção por um ou outro medicamento é uma decisão médica.

É importante ressaltar que estudos têm comprovado que o uso de medicamentos por si só não tem a mesma eficácia no controle da doença como quando se associa a terapia cognitiva-comportamental.

Marina Maria de Oliveira – 10º semestre do curso de Farmácia

Referências:

CARVALHO, M.R; NARDI, A.E; RANGÉ, B. Comparação entre os enfoques cognitivo, comportamental e cognitivo-comportamental no tratamento do transtorno de pânico. Rev. Psiq. Clín., v.35, n.2, p.66-73,2008.

FINEZA, R.V.R. et al. As causas e consequências da síndrome do pânico em mulheres. Rev. Cien. Univiçosa , v.3, n.1, 2013.

FARIA, A.C.J. et al. Transtorno de Pânico.  Anais V SIMPAC, v.5, n.1, p.585-588, 2013.

SALUM, G.A et al. Transtorno do pânico. Rev Psiquiatr., v. 31, n.2, p.86-94, 2009.


TERRA, M.B; FIGUEIRA, I.; ATHAYDE, L.D. Fobia social e transtorno de pânico: relação temporal com dependência de substâncias psicoativas. Rev. Psiquiatr. V.25, n.3, p.436-443, 2003.

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