segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O que é a esquizofrenia?

A esquizofrenia é um transtorno psicótico grave, que afeta mais de 21 milhões de pessoas em todo mundo. Tem maior incidência no sexo masculino. Trata-se de uma doença que possui uma origem complexa e não elucidada, envolvendo múltiplos e diferentes fatores, como os genéticos, psicológicos e culturais. Em parentes de primeiro grau de um paciente esquizofrênico, o índice de prevalência da doença sobe para 10%, mostrando-se como um forte indicador genético.

Os sintomas iniciais são pouco específicos e, usualmente, se desenvolvem de forma lenta. Incluem perda de energia, iniciativa e interesse; humor depressivo, isolamento, comportamento inadequado; negligência com a aparência pessoal e higiene. Podem surgir e permanecer por algumas semanas, ou até meses antes do aparecimento de sintomas mais característicos da doença. São classificados como sintomas negativos. 

A ocorrência de alucinações e delírios é característico da esquizofrenia, bem como os transtornos de pensamento e de fala, além da perturbação das emoções e do afeto. São os chamados sintomas positivos. As alucinações visuais ocorrem em 15% dos acometidos, as auditivas em 50% e as táteis em 5% de todos os sujeitos. Já os delírios estão presentes em mais de 90% deles. Os distúrbios do comportamento na esquizofrenia incluem comportamento grosseiramente desordenado e comportamento catatônico. Esta catatonia consiste em movimentos, posturas e ações complexas cujo denominador comum é a sua involuntariedade. O paciente apresenta estado de baixa ou nenhuma reatividade ao ambiente acompanhando ou não de uma postura rígida. Por outro lado, pode apresentar formação de caretas e posturas estranhas.

Embora ainda não exista total elucidação sobre a patologia, a teoria da hiperfunção dopaminérgica central é a mais aceita e investigada atualmente. Esta hiperfunção é a liberação excessiva de dopamina, levando assim aos sintomas.

O uso de alguns medicamentos e de algumas drogas ilícitas têm sido associadas ao desenvolvimento de esquizofrenia. A maconha, por exemplo, é apontada por alguns estudos por aumentar em três vezes a chance do desenvolvimento da doença. As anfetaminas, usadas muitas vezes como auxiliares ao emagrecimento também tem comprovado aumento da chance de desenvolver esquizofrenia em quem a usa. Importante ressaltar que as pessoas acometidas apresentam alguma predisposição antecedente.

O tratamento da esquizofrenia consiste em uma abordagem multidisciplinar. O tratamento psicossocial é imprescindível para voltar a organizar a vida do paciente.  Assim como o uso de medicamentos chamados antipsicóticos, que agem diminuindo a concentração de dopamina, controlando a doença. As medicações apenas controlam a doença, permitindo uma melhora na qualidade de vida do paciente.

Marina Maria de Oliveira – 10º semestre do curso de Farmácia

Referências:

LIMA, F.C.C. et al. Revisão Sistemática para avaliar a eficácia do uso da risperidona no tratamento de manutenção da esquizofrenia. e-Scientia, , v.7, n.2, p.24-30, 2014.

MARIA, J.J.; LEITAO, R.J. A epidemiologia da esquizofrenia. Rev Bras Psiquiatr., v.22, p.15-7, 2000.

NETO, A.G.A.A. et al. Fisiopatologia da esquizofrenia: aspectos atuais. Rev. Psiq. Clín. v.34, p.198-203, 2007.

SILVA, Regina Cláudia Barbosa da. Esquizofrenia: uma revisão. Psicol. USP, v.17, n.4, p. 263-285,  2006.

SHIRAKAWA, Itiro. Aspectos gerais do manejo do tratamento de pacientes com esquizofrenia. Rev. Bras. Psiquiatr., v.22,  p. 56-58, 2000.

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