sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Riscos e limitações de tinturas químicas

Um desejo da população e um dos adornos mais antigos na história humana é a mudança na coloração do cabelo. As tinturas de cabelo são classificadas em naturais e sintéticas. São extraídas de um arbusto norte americano (Lawsonia inermis) ou manufaturadas com uma substância sintética purificada.

Para cobrir os fios brancos ou cinzas são utilizados corantes à base de sais metálicos, principalmente o acetato de chumbo. Porém, essa substância é tóxica e a concentração máxima nos produtos de uso pessoal é restrita a 0,6% nos EUA. No Brasil, estava proibida desde 2006 e, recentemente, foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para uso de tinturas capilares, obedecendo aos mesmos critérios de aplicação pelos EUA.

Em relação aos corantes sintéticos, podem ser classificados de acordo com o tempo de duração nos cabelos: temporário, semipermanentes e permanentes. É possível classificá-la, também, pelo mecanismo de reação com o cabelo: corantes oxidativos, que são as tinturas permanentes, e corantes diretos, que são as tinturas temporárias e semipermanentes.

Os possíveis efeitos tóxicos que ocorrem devido à exposição das pessoas a produtos cosméticos estão sendo reavaliados. No entanto, a classificação dos produtos cosméticos vem sendo discutida de forma global. Na Comunidade Europeia, por exemplo, os protetores solares são classificados como cosméticos e nos EUA esses produtos são classificados como OTC drugs (over-the-counter) ou seja, considerados de venda livre.

Na Europa e no Brasil, as tinturas capilares são consideradas cosméticos, no entanto, no Japão são classificados como “quase-drogas”, termo utilizado por eles para definir substâncias que tenham baixa a moderada ação farmacológica e que são utilizadas para fins específicos.
No Brasil, a ANVISA, responsável pela autorização de comercialização de produtos cosméticos, diz que antes do produto ser lançado no mercado, a segurança deve ser avaliada pelo próprio fabricante ou importador por vários ensaios toxicológicos (corrosividade e irritação da pele toxicidade, irritação nos olhos, entre outros).                                                                                                                                                                                                                        
A toxicidade de corantes de cabelo e algumas substâncias utilizadas na composição é pouco investigada e ainda existem muitos conflitos nesses dados, principalmente em relação ao real risco aos consumidores.


Podemos observar uma escassez de informações relacionadas à toxicidade e mutagenicidade dos corantes de cabelo que estão disponíveis à população.

Lais Oliveira Reis - 8º semestre do curso de Farmácia.     
  
Referências:

OLIVEIRA, R.A.G, et.al. A química e toxicidade dos corantes de cabelo, Quim. Nova, Vol. 37, No. 6, 1037-1046, 2014.

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