segunda-feira, 6 de março de 2017

Lista A, B, C, D, X

A gravidez na vida de uma mulher é um momento único, do qual os pais sempre irão tomar todos os cuidados possíveis para que nasça um bebê saudável. Antigamente acreditava-se que a placenta era uma barreira que protegia o feto de qualquer ação farmacológica. Porém, hoje, já é sabido que várias substâncias exógenas, isto é, substâncias que a mãe ingere, podem atravessar a placenta e atingir a corrente sanguínea do feto.

A preocupação na utilização de medicamentos durante o período de gestação só veio à tona entre os anos de 1950 e 1960, após uma tragédia que causou diversas alterações nas crianças cujos pais fizeram uso da talidomida. Essa tragédia fez com que os centros de farmacovigilância se tornassem mais rígidos a respeito dos ensaios clínicos antes da comercialização do medicamento.

As alterações fisiológicas na mulher durante o período gestacional são causadas por conta da demanda fisiológica que o feto exige para se manter forte e saudável. Um medicamento pode ser considerado como um fator de risco, a partir do momento em que ele produz uma alteração na morfologia ou fisiologia do feto, sendo essas alterações podendo ser de menor ou maior grau.

Para classificar o risco dos medicamentos durante a gravidez, há uma classificação adotada pelo Food and Drug Administration (FDA), popularmente chamada de lista A, B, C, D, X. Essa lista enquadra os medicamentos em cinco categorias, desde os que não apresentam risco para o feto (categoria A) até os que são totalmente contra indicados durante a gravidez (categoria X). Essa lista é categorizada, principalmente, a partir de ensaios clínicos realizados com animais de laboratório em ambiente controlado, porém alguns fármacos são enquadrados nas suas determinadas categorias de acordo com experiências prévias, como por exemplo, a talidomida.

Quando se fala de medicamento é sempre uma relação de risco e benefício. Compete ao seu médico saber indicar o medicamento mais apropriado para a sua situação, sempre preservando a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Na dúvida, nunca pratique a automedicação, se oriente com o farmacêutico na farmácia mais próxima.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 5° semestre do curso de Farmácia

Referências:

NITRINI, S.M.O.O; CARMO, T.A. Prescrições de medicamentos para gestantes: um estudo farmacoepidemiológico. Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública v.20 n.4. Jul/Ago. 2004.

RODRIGUES, A.V.P; TERRENGUI, L.C.S. Uso de medicamentos durante a gravidez. São Paulo. Rev. Enferm UNISA. v.7 p. 9-14. 2006.

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