quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Câncer de mama

 O Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, apresenta o câncer de mama compondo 25% do total de casos no mundo. Esse câncer aparece em menos de 0,2% dos homens, sendo mais presente nas mulheres devido aos seus hormônios, mais especificamente aos estrogênios endógenos (próprios da mulher durante o ciclo menstrual) ou os exógenos (os usados como contraceptivos ou como terapia de reposição hormonal).

Devido às causas hormonais, quanto mais tempo a mulher estiver exposta à eles, maior o risco do aparecimento do câncer. Assim, primeira menstruação com menos de 12 anos, menopausa tardia após os 50 anos, primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade (não ter filhos) e terapia de reposição hormonal pós-menopausa são as principais causas do câncer, além de histórico familiar, radiações, ingestão regular, ainda que moderada, de bebida alcoólica, obesidade e sedentarismo. Por outro lado, a prática de atividade física e o aleitamento materno exclusivo diminuem a chance de seu aparecimento.

Como todo câncer, seu desenvolvimento é progressivo e classificado em níveis de estadiamento (estágios da evolução), de I a IV. Quanto mais precocemente for diagnosticado, menos agressivo será o tratamento e com maiores chances de cura. Porém, ainda não há medicamentos que possam reverter o quadro e a cirurgia ainda é o tratamento principal. Os medicamentos são considerados como terapia adjuvante ou auxiliar e escolhidos em função do estadiamento da doença. No estágio inicial, o tamoxifeno é um dos indicados. Em situações de maior gravidade, outras substâncias são usadas.

Na progressão da doença, os tumores se diferenciam em dois tipos importantes: aqueles que continuam a sofrer ação do estrogênio e os que evoluem de forma independente. No primeiro caso, é possível o uso de tamoxifeno com ação antiestrogênica, diminuindo o efeito desse hormônio sobre o câncer. O seu uso regular aumenta a sobrevida dos pacientes e reduz o risco de recorrência, principalmente, depois de cinco anos de tratamento.

Para ser eficaz, o tamoxifeno precisa ser transformado dentro do organismo, por enzimas específicas que nem todas as mulheres são capazes de produzir devido a variabilidade genética. O estudo da condição do porquê alguns medicamentos não são eficazes em todas as pessoas, chama-se farmacogenética. Isso assume importância no câncer de mama porque, devido à genética, nem todos os tumores regredirão com o uso do tamoxifeno.

A ação dos medicamentos é muita complexa e algumas substâncias tem efeitos contrários, dependendo do órgão. O raloxifeno é um medicamento que age do mesmo modo que o estrogênio no osso, fortalecendo-o nos casos de osteoporose, mas age como antagonista, ao contrário do mesmo hormônio, prevenindo o câncer de mama.


Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.

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