quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Medicamentos na gravidez

 Como já é sabido, todo medicamento pode provocar reações adversas, e as mulheres grávidas estão duplamente expostas, por si só e pelo feto. A mulher grávida pode ter contato com medicamentos devido à necessidade ou por desconhecimento do “estado interessante”.
Os medicamentos podem causar efeitos prejudiciais ao feto em qualquer momento da gravidez. Por outro lado, deixar de usar o medicamento também pode ser prejudicial para mãe e, por consequência, para o bebê. Então é preciso uma medida de segurança quanto ao seu uso.

Entre a primeira e terceira semana da gravidez, o medicamento pode causar um efeito de tudo ou nada, ou seja, tanto pode haver a perda do feto quanto simplesmente não acontecer nada. Já entre a 3ª e 11ª semana, o bebê está na fase de organogênese, que é quando começam a se formar os órgãos, cada um a seu tempo. E o efeito tóxico pode causar a teratogênese ou malformações, o que é isso? O medicamento pode “matar” as células que dariam origem aos braços, por exemplo, e a criança teria, então, a malformação naquele membro.

Por outro lado, se a mulher fizer uso do medicamento muito próximo ao final da gravidez, perto do nascimento, pode haver efeitos adversos não só na evolução do trabalho de parto como para o próprio recém-nascido.

Para auxiliar os médicos na prescrição dos medicamentos necessários à mulher grávida, um órgão americano (FDA) criou critérios para a classificação dos medicamentos quanto o risco que a substância pode causar ao feto. Essas informações foram coletadas em situações em que as mulheres fizeram uso de medicamentos de maneira inadvertida. Parece óbvio que ninguém aprovaria um teste em mulheres grávidas. Mas um grande volume de informação também pode ser obtido em testes com animais.

Desse modo, a classificação, segundo o FDA, se resume em cinco categorias: A, B, C, D e X, além da situação em que não há informações suficientes para a sua classificação. Os medicamentos classificados como A são aqueles que não apresentam risco à mulher, nem ao bebê. Por outro lado, os do tipo X são aqueles que têm o seu uso totalmente contraindicado, pela grande probabilidade de causar malformações. O exemplo mais conhecido de um medicamento classificado como X é a talidomida, mas existem outros como atorvastatina e doxiciclina.

Os medicamentos classe D apresentam alta possibilidade de causar problemas, mas dependendo da necessidade da mulher, o uso do medicamento ainda pode ser feito, em favor do provável benefício que ele possa trazer. Os demais, B e C, são de risco intermediário.

Mas é bom lembrar que todos os fármacos deverão ser evitados, se possível, durante o primeiro trimestre. Assim, se você, mulher em idade fértil, está sob tratamento medicamentoso pergunte ao seu médico ou a um farmacêutico sobre esse assunto.


O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) da UniSantos está a sua disposição para dúvidas e sugestões, escreva para o e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002, Santos-SP.

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