quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Planejamento de gestação

Demonstrada a ampla gama de possíveis métodos contraceptivos existentes (explanados em http://cimunisantos.blogspot.com.br/search/label/contraceptivos), vamos considerar a gravidez pela
perspectiva de ato consciente e desejado, que merece planejamento prévio. O corpo da mulher passa por uma série de transformações para se adequar a presença e desenvolvimento do bebê. Neste momento, o organismo da mãe cede nutrientes necessários à constituição do feto. Por esta razão, a alimentação da gestante deve ser balanceada, rica em vitaminas e minerais.

Este planejamento de concepção envolve a identificação de fatores de risco para doenças que podem atrapalhar a evolução da gravidez. Deve ser feito sob critério médico especializado, e incluir exames físicos, ginecológicos, laboratoriais (testes diagnósticos de doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis e HIV), acompanhamento de patologias crônicas, tais como epilepsia, diabetes, cardiopatias, hipertensão.

O consumo de vitamina A é uma possível preparação do organismo para uma gestação vindoura.  Esta vitamina é essencial para o bom funcionamento dos tecidos, crescimento e desenvolvimento. No decorrer da gestação, no entanto, a criança em desenvolvimento deve contar apenas com a reserva da vitamina existente no organismo da mãe. A suplementação de vitamina A durante o período de gravidez favorece a teratogenia (má formação do feto), sendo contraindicada por este caráter perigoso. Logo em seguida ao parto, a administração de vitamina A volta a ser indicada, em dose única concentrada, para favorecer o crescimento do recém-nascido, que deve dispor de quantidades suficientes da vitamina no leite materno.

O ácido fólico (vitamina B9) é fundamental na multiplicação celular, logo, imprescindível durante a gravidez. Está relacionado a aumento do número de células vermelhas no sangue, ao alargamento do útero, ao crescimento da placenta e do feto, e na lactação por participar da formação de anticorpos. A suplementação de ácido fólico periconcepcional e durante o primeiro trimestre de gravidez reduz o risco de defeitos do tubo neural em 50%.

Sabe-se que ao menos metade das gestações não são inicialmente planejadas, mesmo que sejam desejadas. Esta debilidade contribui para o alto índice de complicações neonatais.

Toda terapia farmacológica deve ser considerada na perspectiva risco-benefício, em especial durante a gestação. Substâncias presentes em cigarros, bebidas alcoólicas, e medicamentos podem surtir efeitos sobre o feto, tais como malformações, alterações de comportamento e bioquímicas, e por esta razão devem ser evitadas. Procure o Sistema Único de Saúde, e não deixe de fazer acompanhamento pré-natal.

Suzana Silva de Oliveira – 10º semestre Farmácia

Referências:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Gerência Geral de Medicamentos. Categoria risco gravidez. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em: 22 out. 2014.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Pré-natal e puerpério: Atenção qualificada e humanizada: Manual técnico. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos - Caderno nº 5. Brasília: 2005.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Iniciativa sobre Micronutrientes. Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Nordeste I. Vitamina "A" na Gestação e Lactação: Recomendações e relatório de uma consultoria. Recife: BVS, 2001. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br>. Acesso em: 23 out. 2014.

SANTOS, L. M. P.; PEREIRA, M. Z.. Efeito da fortificação com ácido fólico na redução dos defeitos do tubo neural. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 1, p. 17-24, jan. 2007.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Faculdade de Farmácia Odontologia e Enfermagem. Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos. Centro de Informação sobre Medicamentos. Informações para o uso de medicamentos na gravidez e lactação. Fortaleza, 2008. 112 p.

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