terça-feira, 4 de novembro de 2014

Síndrome do pânico

 O transtorno do pânico caracteriza-se pelo aparecimento de ataques súbitos de ansiedade, acompanhados de sintomas físicos e afetivos. Trata-se de um grave problema de saúde pública que tem um curso crônico, afetando 3,5% da população geral ao longo da vida. É mais comum em mulheres e indivíduos entre a terceira e quarta década de vida. É acompanhado de ansiedade antecipatória, ou seja, o medo de ter um novo ataque, e evitação fóbica, que é o ato de evitar os locais e/ou situações que ocorreram as crises.

Os sintomas geralmente são: taquicardia, palpitação, dores torácicas, sensação de asfixia, tonturas, sudorese intensa, tremores e formigamento nas mãos entre outros. Em formas mais graves o indivíduo apresenta medo de morrer, de perder o autocontrole ou incapacidade de dirigir a própria vida, limitando totalmente suas atitudes.  

Por ter sintomas inespecíficos, seu diagnóstico efetivo pode ser demorado, em alguns casos pode demorar uma década entre a primeira visita a um serviço de emergências médicas até o diagnóstico definitivo.

O conhecimento sobre o assunto, tanto dos próprios pacientes como dos profissionais da saúde, auxiliam numa detecção rápida e um tratamento eficaz destes pacientes quando apresentam crise. Acesso à informação é de extrema importância, principalmente ao se considerar a alta prevalência dos ataques de pânico na população em geral. É muito importante, também, saber diferenciar os ataques de pânico isolados da síndrome do pânico e de outros problemas médicos que podem se apresentar como uma crise de ansiedade.

O transtorno do pânico causa sofrimento psíquico e prejuízo na vida social, bem como insegurança no ambiente de trabalho, atingindo vários aspectos da vida deste paciente.

O diagnóstico da síndrome do pânico é feito por meio de relatos dos próprios pacientes quanto a seus sintomas e a periodicidade deles. Uma crise isolada, que não interfira negativamente no estilo de vida do paciente, não é suficiente para caracterizar o transtorno do pânico. É muito importante a realização do diagnóstico diferencial com outras doenças que apresentam sintomas semelhantes, tais como os ataques cardíacos, o hipertireoidismo, a hipoglicemia e a epilepsia, por exemplo, para a orientação correta do tratamento.

A síndrome do pânico e as demais doenças psiquiátricas não são puramente psicológicas, porque os fenômenos psicológicos passam pelo cérebro. As estruturas que deflagram o pânico num indivíduo são as mesmas que existem em todos nós para desencadear uma reação de fuga e luta numa situação de emergência. O pânico resulta da hiperatividade desse sistema cerebral, que produz respostas imediatas ao perigo iminente.

O que se sabe hoje é que a técnica de combinar medicamentos e terapia comportamental é mais eficiente, pois é muito penoso para o paciente adotar um programa comportamental baseado na exposição a situações que provocam pânico, de forma gradual e progressiva, até que ocorra a aceitação dessas situações sem que haja o desencadear de crises.

Essa terapia de exposição baseia-se na capacidade do paciente a habituar-se ao estresse. É como se assistisse a um filme de terror muitas vezes. Na primeira vez, há o primeiro impacto. Na segunda, como já sabe o que vai acontecer, a reação é menos intensa. Na última, o filme não desperta mais nenhuma resposta emocional. Porém, os pacientes aceitam melhor o tratamento e apresentam melhora satisfatória se simultaneamente tomarem antidepressivos, tudo com rigorosa supervisão médica.

O médico prescritor deverá considerar a relação risco/benefício, eficiência e custo que vai ter para cada paciente. Seus efeitos adversos podem ser muito desagradáveis. O tratamento adequado pode surtir efeitos satisfatórios e fazer com que o paciente volte às suas atividades normais. Lembrando sempre que a prática de atividade física (leve), alimentação saudável e hábitos saudáveis como evitar álcool e drogas, são fundamentais para uma boa recuperação.

Melissa Guimarães Menezes – 8º semestre de Farmácia

Referências:
ANVISA. Ministério da Saúde. Transtornos de ansiedade. Brasília: MS, 2013.  Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em: 14 out. 2014.

BLAYA, C., et al. Transtorno do pânico: diagnóstico e tratamento. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 28, n. 1, Mar. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 14 out. 2014.


BRASIL. Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde-DATASUS. Transtornos neuróticos, relacionados ao stress e transtornos somatoformes. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br> Acesso em: 14 out. 2014. 

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