quarta-feira, 9 de março de 2016

Uso racional de medicamentos nos casos de doenças inflamatórias intestinais


As doenças inflamatórias intestinais (DII) incluem a doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU), as quais são caracterizadas por inflamação crônica no intestino. De acordo com o Grupo de Estudo das Doenças Inflamatórias Intestinais do Brasil (GEDIIB), realizado em seis capitais brasileiras, 46% das pessoas que sentem dores abdominais e 61% das que têm diarreia frequente preferem automedicar-se ou tomar remédios caseiros em vez de procurar cuidado médico. Além disso, 39% das pessoas não buscam solução, preferem “esperar passar”.

O baixo grau de adesão pode afetar negativamente a evolução clínica do paciente e sua qualidade de vida, constituindo-se em problema relevante, que pode trazer consequências pessoais, sociais e econômicas.

A abordagem precoce com o tratamento minimiza a evolução para as complicações. Na maioria dos casos, não há possibilidade de cura, porém, existem vários tipos de tratamentos medicamentosos utilizados para o controle dos sintomas.

Por serem doenças crônicas, o tratamento é feito a longo prazo. A medicação é definida de acordo com a gravidade da doença, da parte que foi afetada pelo intestino e se existem complicações. Existem várias medicações diferentes para o tratamento da doença, porém nenhuma delas têm o poder de cura. Essas medicações são utilizadas para manter a doença sob controle.

Quando a doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa está ativa e o paciente tem outra recaída, chamamos de recidiva. Essas doenças são marcadas por períodos de remissões e recidivas. Os medicamentos são eficazes no controle da inflamação, reduzindo a remissão da doença, tornando o paciente assintomático. O tempo sem sintomas da doença pode prolongar por meses ou até anos. São necessárias restrições de alimentos apenas em episódios mais agudos de diarreia.

Quando a doença está controlada, é perigoso para o paciente a suspensão do tratamento, exigindo um acompanhamento permanente e o uso de drogas anti-inflamatórias, mesmo sendo em pequenas dosagens. Pode ocorrer de o paciente não ter sintomas e haver inflamações, as quais são observadas microscopicamente.  É um fator que pode ser evitado se a doença for tratada de maneira permanente, como todas as doenças crônicas.

Lais Oliveira Reis – 7º semestre do curso de Farmácia

Referências:

ABCD, Adolescentes: convivendo com a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, Fev., 2014
CLÍNICAS, B.I.H Doenças inflamatórias intestinais são campeãs de automedicação, UFMG, out., 2013, an XVIII, Nº293

DEWULF, N.L.S et. al.. Adesão ao tratamento medicamentoso em pacientes com doenças gastrointestinais crônicas acompanhados no ambulatório de um hospital universitário. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 42, n. 4, out. /dez., 2006


ALBERT EINSTEIN. Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. Retocolite exige tratamento constante. abril, 2013. Disponível em: < http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/retocolite-exige-tratamento-constante.aspx>. Acesso em 03 mar. 2016.

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