segunda-feira, 4 de abril de 2016

Desafios no desenvolvimento de vacina contra a zika

A vacinação muitas vezes é a única alternativa segura para o controle de uma doença. A infraestrutura laboratorial e a capacidade técnica de investigação são limitadas em muitos países, onde as doenças se instalam. A condição econômica-científica do país influencia negativamente o desenvolvimento de novas tecnologias de diagnóstico, obtenção de vacina e estudos sobre o ciclo dos vírus e da doença propriamente dita.

A pesquisa e produção de vacinas é uma atividade complexa, que exige longo período de maturação e altos investimentos. É uma área que também se corre muitos riscos no investimento, por isso a iniciativa privada não se faz presente. O governo tem, necessariamente, de apoiar as instituições que se dedicam a pesquisa, desenvolvimento e inovação das vacinas, as quais necessitam de instalações laboratoriais diferenciadas e grupos de pesquisadores com diversas formações acadêmicas. Isso se faz preciso, pois para se desenvolver uma vacina é necessário conhecer profundamente o vírus, seu ciclo, como ele foge das nossas defesas fisiológicas e como nosso corpo desenvolve imunidade após a infecção a fim de reproduzir isso em circunstâncias seguras.

Nos dias de hoje, vivemos grave problema de disseminação de vírus por vetores, os mosquitos. Devido à alta capacidade de adaptação do Aedes aegypti ao meio urbano e à infraestrutura precária de muitas cidades, a dengue, a chikungunya e a zika são exemplos de doenças virais que estão próximas de nós. Já é possível diagnosticar a zika através de exames específicos e o resultado é ainda mais confiável no quarto dia após o aparecimento dos sintomas. Ainda não há vacina ou tratamento específico para a zika, devido aos motivos já citados. O desenvolvimento da vacina contra zika ainda está distante, porém se mostra extremamente necessário e urgente, assim como a busca de tratamento mais específicos e eficientes.

Enquanto aguardamos a vacina, a medida mais eficaz de controle é através do melhoramento das condições de saneamento básico e orientação da população quanto à forma de combate à proliferação dos mosquitos transmissores do vírus e a identificação precoce pelos agentes de controle epidemiológico em novas áreas afetadas.

O tratamento sintomático da zika preconizado é bastante parecido com o da dengue, sendo feita grande ingestão de líquidos e tratamento da febre e alterações de pele que são alguns dos sintomas. Vale lembrar que o uso de ácido acetilsalicílico e alguns outros anti-inflamatórios não são recomendados pois podem aumentar o risco de sangramentos.

Thaís Damin Lima - 7º semestre do curso de Farmácia

Referências:

HOMMA, Akira et al. Desenvolvimento tecnológico: elo deficiente na inovação tecnológica de vacinas no Brasil. Hist. cienc. saude-Manguinhos,  Rio de Janeiro, v. 10, supl. 2, p. 671-696, 2003.

SANTOS, F. L. A. et al. Pesquisa, desenvolvimento e inovação para o controle das doenças negligenciadas. Rev Ciênc Farm Básica Apl., Araraquara. 2012;33(1):37-47.

SILVA, L. J., RICHTMANN, R. Vacinas em desenvolvimento: estreptococo do grupo B, herpes-zóster, HIV, malária e dengue. J Pediatr (Rio J). 2006;82(3 Supl):S115-24.

CHAVES, M. R. O. Dengue, Chikungunya e Zika: a nova realidade brasileira. Uberlândia.

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