quinta-feira, 14 de maio de 2015

Farmacotécnica de injetáveis

Os injetáveis são preparações estéreis destinadas à administração parenteral, ou seja, injetável. A esterilidade dessas preparações é importante, uma vez que entram em contato direto com os fluidos do organismo ou tecidos, podendo gerar infecções. Deve-se ter uma rígida assepsia para evitar esse risco.
De modo geral, essa via é mais utilizada quando se deseja rápida ação do medicamento como por exemplo, em situações de emergência.

Os medicamentos podem ser injetados em quase todos os órgãos e regiões do corpo. Porém, geralmente são executadas injeções em veias (intravenosa -IV), em músculos (intramuscular – IM) na pele (intradérmica – ID), ou debaixo da pele (subcutânea - SC).

Atualmente a via intravenosa é uma ocorrência rotineira nos hospitais, embora sejam conhecidos os perigos associados a essa prática.

A administração intravenosa em situações de emergência pode salvar uma vida, devido à colocação do medicamento diretamente na circulação.

Não só as soluções injetáveis precisam ser estéreis, mas as seringas e agulhas empregadas devem ser esterilizadas e o ponto de entrada deve ser desinfetado para diminuir a possibilidade de transportar bactérias da pele para o sangue, através da agulha.

Os medicamentos administrados por essa via geralmente devem ter a forma de solução aquosa; devem se misturar com o sangue circulante e não devem precipitar.
A injeção intramuscular de medicamentos proporciona efeitos com a ação menos rápida, mas com maior duração que os obtidos pela IV.

Podem ser administradas por via IM soluções ou suspensões aquosas ou oleosas de substâncias farmacêuticas. As injeções são aplicadas profundamente nos músculos esqueléticos.
O local mais comum utilizado para injeção em adultos é o quadrante superior externo do glúteo máximo. Porém são administradas em outras regiões, como no braço (deltoide) e coxa (músculo mesolateral).

A via subcutânea pode ser utilizada para pequenas quantidades de medicamentos. Antes da injeção a pele do local deve ser limpa.

Vários medicamentos podem ser injetados na via intradérmica.

A forma de preparação de um medicamento de uso parenteral depende de sua natureza e terapêutica.
Os produtos parenterais devem ser preparados em ambientes controlados, sob padrões sanitários e por um pessoal especialmente treinado e vestido para manter os padrões.

 De modo geral, se o fármaco for instável em solução ele pode ser preparado como um pó seco que poderá ser reconstituído com o solvente ou preparado em suspensão de veículos no qual o fármaco é insolúvel. O uso de corantes é extremamente proibido.

O solvente mais usado é a água para injeção. Essa água é purificada, não é exigido que ela seja estéril, porém ela deve ser livre de pirogêneos (produtos do metabolismo de organismos). Deve ser usada na preparação de produtos injetáveis que serão esterilizados posteriormente. Deve ser utilizada em 24 h após a coleta.

A água estéril para injeção deve ser livre de pirogêneos e não pode conter nenhum agente antimicrobiado ou outro material.

Deve ser usada como solvente, veículo ou diluente para fármacos injetáveis já esterilizados e acondicionados. Não podem ser administrados por via IV.

A água bacteriostática para injeção é água estéril para injeção contendo um ou mais agentes antimicrobianos.

Não se deve administrar em soluções parenterais em grandes volumes devido à presença excessiva e até toxica que seriam administradas junto com o fármaco. Devemos considerar também a compatibilidade química dos agentes bacteriostáticos presente com o fármaco.

A injeção de cloreto de sódio não contém nenhum agente antimicrobiano e pode ser utilizada como veículo estéril.

As injeções de cloreto de sódio bacteriostático contêm um ou mais agentes antimicrobianos. Deve se tomar cuidado para assegurar a compatibilidade do fármaco com os conservantes.

De modo geral, as injeções oleosas não são administradas por via IM. Não devem ser administradas por via IV. Podem ser adicionados conservantes, antioxidantes, tampões e solubilizantes.

Lais Oliveira Reis – 5º semestre do curso de Farmácia

Referência:

ANSEL, Howard C. Farmacotécnica: Formas farmacêuticas & Sistemas de Liberação de Fármacos. Premier, v. 6 n. 1, p. 316-25, 2000.

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