segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Varizes

Varizes são veias dilatadas e deformadas, de coloração púrpuro-azulada, que surgem ao longo das pernas e podem causar dor e inchaço. Acredita-se que elas originam-se da distensão anormal da parede venosa. Sua ocorrência é mais comum em pessoas que necessitam ficar em pé ou sentados por longos períodos.

As varizes geralmente iniciam-se no ponto onde as veias superficiais comunicam-se com as profundas. As varizes primárias resultam da dilatação venosa sem trombose prévia, que é a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias localizadas na parte inferior do corpo, geralmente nas pernas.


Podem ser classificadas em três tipos de acordo com o diâmetro venoso: a) as veias varicosas, que sobressaem na pele e ficam protuberantes, com diâmetro acima de 3 milímetros; b) as veias reticulares, que variam de 1 a 3 milímetros de diâmetro, não possuindo relação direta com os troncos principais; c) e as telangiectasias, popularmente conhecidas como vasinhos, cujo diâmetro não ultrapassa 1 mm.

Os sintomas dessas varizes são sensação de peso, cansaço, inchação, queimação, pontadas dor, formigamento, prurido e pernas inquietas. Esses sintomas normalmente melhoram ou estão ausentes em repouso e aparecem durante as atividades do dia a dia com o passar das horas, intensificando-se ao final da tarde e à noite. Melhoram com a elevação dos membros inferiores.

O diagnóstico é relativamente simples, pode ser realizado apenas com a observação clínica dos membros inferiores. O paciente deve ser examinado em pé (dez minutos) para observação das varicosidades. Além do exame clínico para a programação terapêutica, utilizam-se exames complementares, sendo o ecodoppler o principal teste.

O tratamento vai depender do tipo de varicosidade. O tratamento farmacológico é feito através de medicamentos flebotônicos, que melhoram o tônus das veias superficiais. As drogas mais utilizadas são as substâncias flavonoides, que possuem a propriedade de aumentar a tonicidade das veias superficiais, melhorar a resistência capilar e diminuir os eventos inflamatórios da hipertensão venosa, facilitando o retorno venoso e melhorando a estagnação do sangue no membro inferior. Com isso, há diminuição do inchaço, das dores e do cansaço das pernas. A droga mais utilizada atualmente é uma combinação de duas substâncias flavonoides: a hesperidina e a diosmina, comercialmente conhecida como Daflon.

As técnicas cirúrgicas tradicionais são amplamente aceitas como terapia padrão no tratamento das varizes de membros inferiores, embora estejam associadas a elevada incidência de recorrência.

O tratamento endovenoso das varizes (EVLT) vem ganhando crescente aceitação na terapia das telangiectasias e veias varicosas, além de ser uma forma efetiva e segura no tratamento da incompetência da veia safena. Nessa técnica é utilizado um laser, transmitido por meio de fibra óptica, que passada por dentro das veias, as trata e elimina a circulação. O EVLT apresenta como vantagens menor dor pós-operatória, menor taxa de complicações e melhora substancial no tempo de recuperação cirúrgica, quando comparada às técnicas convencionais.

As telangiectasias e as veias reticulares são tratadas através da escleroterapia, que consiste na injeção de substâncias irritantes (esclerosantes) na parede venosa. Já as veias varicosas são tratadas cirurgicamente, com a retirada das veias dilatadas e a interrupção dos pontos de refluxo através das safenectomias interna e externa onde micro incisões são feitas (menos de 2-4mm) ao longo da veia varicosa e um instrumento especial, semelhante a uma agulha de crochê que é usado para remover a veia através das incisões abertas na pele, e de eventual ligadura das veias perfurantes insuficientes.

O tratamento das varizes com laser consiste no cateterismo das veias safenas e este tratamento envolve o uso de ondas de radiofrequência altas (ablação por radiofrequência) ou lasers (tratamento laser endovenoso) para fechar as veias afetadas.  Térmica por meio da aplicação de energia (laser) sob forma de calor, com auxílio de um cateter que é um tubo que pode ser inserido em um ducto ou vaso, que atinge a veia e promove alterações em sua parede, fazendo com que a veia se contraia e feche.

Lais Oliveira Reis – 6º semestre do curso de Farmácia

Referências:

SACCHI, A.A; CASTRO,A.A; PITTA, G.B.B; JUNIOR, F.M Avaliação da bomba muscular da panturrilha em pacientes portadores de varizes primárias dos membros inferiores através da pletismografia a ar J. vasc. bras. vol.6 no.1 Porto Alegre Mar. 2007

JUNIOR, N.B Fundamentação teórica: varizes esp.de saúde da família- UNIFESP, p. 02,03

ARAGÃO J.A; CASTRO A.A; PITTA G.B.B; ARAUJO,  M; FIGUEIREDO MAM, SIMÕES R, Varizes dos Membros Inferiores: Tratamento Cirúrgico Projeto Diretrizes. Dez 2012


Nenhum comentário:

Postar um comentário