Varizes são veias dilatadas e
deformadas, de coloração púrpuro-azulada, que surgem ao longo das pernas e
podem causar dor e inchaço. Acredita-se que elas originam-se da distensão anormal
da parede venosa. Sua ocorrência é mais comum em pessoas que necessitam ficar
em pé ou sentados por longos períodos.
As varizes geralmente iniciam-se
no ponto onde as veias superficiais comunicam-se com as profundas. As varizes
primárias resultam da dilatação venosa sem trombose prévia, que é a
formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias localizadas na parte
inferior do corpo, geralmente nas pernas.
Podem ser classificadas em três
tipos de acordo com o diâmetro venoso: a) as veias varicosas, que sobressaem na
pele e ficam protuberantes, com diâmetro acima de 3 milímetros; b) as veias
reticulares, que variam de 1 a 3 milímetros de diâmetro, não possuindo relação
direta com os troncos principais; c) e as telangiectasias, popularmente
conhecidas como vasinhos, cujo diâmetro não ultrapassa 1 mm.
Os sintomas dessas varizes são
sensação de peso, cansaço, inchação, queimação, pontadas dor, formigamento,
prurido e pernas inquietas. Esses sintomas normalmente melhoram ou estão
ausentes em repouso e aparecem durante as atividades do dia a dia com o passar
das horas, intensificando-se ao final da tarde e à noite. Melhoram com a
elevação dos membros inferiores.
O diagnóstico é relativamente
simples, pode ser realizado apenas com a observação clínica dos membros
inferiores. O paciente deve ser examinado em pé (dez minutos) para observação
das varicosidades. Além do exame clínico para a programação terapêutica,
utilizam-se exames complementares, sendo o ecodoppler o principal teste.
O tratamento vai depender do tipo
de varicosidade. O tratamento farmacológico é feito através de medicamentos
flebotônicos, que melhoram o tônus das veias superficiais. As drogas mais
utilizadas são as substâncias flavonoides, que possuem a propriedade de
aumentar a tonicidade das veias superficiais, melhorar a resistência capilar e
diminuir os eventos inflamatórios da hipertensão venosa, facilitando o retorno
venoso e melhorando a estagnação do sangue no membro inferior. Com isso, há
diminuição do inchaço, das dores e do cansaço das pernas. A droga mais
utilizada atualmente é uma combinação de duas substâncias flavonoides: a
hesperidina e a diosmina, comercialmente conhecida como Daflon.
As técnicas cirúrgicas
tradicionais são amplamente aceitas como terapia padrão no tratamento das
varizes de membros inferiores, embora estejam associadas a elevada incidência
de recorrência.
O tratamento endovenoso das
varizes (EVLT) vem ganhando crescente aceitação na terapia das telangiectasias
e veias varicosas, além de ser uma forma efetiva e segura no tratamento da
incompetência da veia safena. Nessa técnica é utilizado um laser, transmitido
por meio de fibra óptica, que passada por dentro das veias, as trata e elimina
a circulação. O EVLT apresenta como vantagens menor dor pós-operatória, menor
taxa de complicações e melhora substancial no tempo de recuperação cirúrgica,
quando comparada às técnicas convencionais.
As telangiectasias e as veias
reticulares são tratadas através da escleroterapia, que consiste na injeção de
substâncias irritantes (esclerosantes) na parede venosa. Já as veias varicosas
são tratadas cirurgicamente, com a retirada das veias dilatadas e a interrupção
dos pontos de refluxo através das safenectomias interna e externa onde micro
incisões são feitas (menos de 2-4mm) ao longo da veia varicosa e um instrumento
especial, semelhante a uma agulha de crochê que é usado para remover a veia
através das incisões abertas na pele, e de eventual ligadura das veias
perfurantes insuficientes.
O tratamento das varizes com
laser consiste no cateterismo das veias safenas e este tratamento envolve o uso
de ondas de radiofrequência altas (ablação por radiofrequência) ou lasers
(tratamento laser endovenoso) para fechar as veias afetadas. Térmica por
meio da aplicação de energia (laser) sob forma de calor, com auxílio de um
cateter que é um tubo que pode ser inserido em um ducto ou vaso, que atinge a
veia e promove alterações em sua parede, fazendo com que a veia se contraia e
feche.
Lais Oliveira Reis – 6º
semestre do curso de Farmácia
Referências:
SACCHI, A.A; CASTRO,A.A; PITTA,
G.B.B; JUNIOR, F.M Avaliação da bomba muscular da panturrilha em pacientes
portadores de varizes primárias dos membros inferiores através da
pletismografia a ar J. vasc. bras. vol.6 no.1 Porto
Alegre Mar. 2007
JUNIOR, N.B Fundamentação
teórica: varizes esp.de saúde da família- UNIFESP, p. 02,03
ARAGÃO J.A; CASTRO A.A; PITTA
G.B.B; ARAUJO, M; FIGUEIREDO MAM, SIMÕES
R, Varizes dos Membros Inferiores: Tratamento Cirúrgico Projeto Diretrizes. Dez
2012
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