quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Quando é preciso recorrer à cirurgia bariátrica?

A obesidade afeta milhões de pessoas no mundo. Seduzidos por produtos que prometem verdadeiros milagres, há quem acabe aderindo a medicamentos para tentar emagrecer, até mesmo sem prescrição médica. A dúvida que surge em decorrência do sobrepeso é até que ponto a reeducação alimentar aliada à prática de atividades físicas é suficiente. Afinal, quem deve recorrer a um procedimento cirúrgico para emagrecer?

“A opção da cirurgia deve ser bem analisada por uma equipe multidisciplinar – cirurgião, cardiologista, endocrinologista, nutricionista e psiquiatra/psicólogo”, explica o endocrinologista Waldemar Mathias Passos Júnior. Segundo o médico, é possível emagrecer somente através de uma dieta balanceada e atividade física regular, o problema é que em determinados casos fica difícil por conta do peso acima do normal.

Antes de se chegar à decisão de encaminhar ou não o paciente para a cirurgia, o endocrinologista explica que é preciso levar em conta as falhas nas tentativas de emagrecer através de dietas, atividades físicas e do uso de medicamentos; além do Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 ou até 35, nos casos em que a pessoa apresenta doenças como diabetes, hipertensão arterial sistêmica e lesões ortopédicas graves.

Endocrinologista Waldemar Mathias
Foto: Divulgação
“Este procedimento só é indicado para as pessoas que já esgotaram todas as possibilidades clínicas e se enquadram nos níveis de IMC necessários. Pessoas com IMC menor que 35 não necessitam de cirurgia”, alerta. Ele lembra ainda que é preciso realizar vários exames detalhados com antecedência para que o procedimento seja feito com segurança.

Segundo ele, logo nos primeiros meses após a cirurgia é possível notar diferenças como alívio nas articulações, melhorando a mobilidade, além de redução nos níveis de pressão arterial, glicemia e colesterol. Mas não basta fazer a cirurgia e achar que será possível emagrecer sem mudar o estilo de vida. “Dieta e atividade física serão obrigatórios para atingir o sucesso esperado e principalmente manter essa perda por longos períodos”. Segundo ele, o não cumprimento das orientações faz com que pacientes venham a ganhar peso em até um ano após a cirurgia, podendo recuperar o que foi perdido.

Professora doutora Renata Doratioto
Foto: Depto. de Imprensa UniSantos
Aspectos nutricionais – “O fato da pessoa fazer uma cirurgia bariátrica não anula a necessidade de uma reeducação alimentar. Muitas vezes a pessoa faz a cirurgia bariátrica e acha que vai poder comer de tudo. E é ao contrário, porque ela não vai poder comer muitas coisas. Ela vai ter que reduzir bastante e muitas vezes não está preparada para isso”, diz a professora Renata Doratioto Albano, que é nutricionista e doutora em saúde pública.


Coordenadora do Ambulatório de Nutrição da UniSantos, Renata conta que 80% dos casos de atendimento no consultório são de obesidade. Ela ressalta que é preciso ficar alerta até mesmo quando, apesar do sobrepeso, a pessoa não apresenta doenças. Aliás, isso é só uma questão de tempo para desencadear problemas de saúde, a diferença é que em alguns casos eles vêm precocemente e em outros não.

Ambulatório de Nutrição – O Ambulatório atende a população gratuitamente no Campus Dom Idílio José Soares. O endereço é Avenida Conselheiro Nébias, 300 – Santos/SP. Para marcar uma consulta é preciso fazer o agendamento através do telefone 13-32281215 (a agenda será aberta a partir de setembro). 

Liliane Souza - 6º semestre do curso de Jornalismo

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