quarta-feira, 12 de abril de 2017

Relação entre a enxaqueca e o consumo de chocolate

A enxaqueca, conhecida como dor de cabeça, cefaleia ou migrânea, de localização fronto-temporal unilateral ou bilateral, sem mecanismos fisiopatológicos totalmente definidos, pode se apresentar de maneira moderada ou severa, como uma pressão ou um caráter pulsátil, podendo durar de 4 a 72 horas quando não tratada ou tratada incorretamente, podendo também estar associada à náuseas e vômitos.

As crises de enxaquecas causam impacto social e econômico, visto que levam a prejuízos pela falta ao trabalho e a redução da produtividade do portador, classificando-se como um problema de saúde publica, além do fato de sua prevalência ter aumentado quando comparada a outras patologias neurológicas.

Os fatores que podem desencadear a enxaqueca geralmente estão associados ao estresse, sono, predisposição genética, taxas hormonais, atividade física e condutas alimentares. Levando-se em consideração os fatores decorrentes da conduta alimentar, estudos citam como alimentos que frequentemente estão relacionados ao início de uma crise de enxaqueca, o jejum prolongado, desidratação, consumo de bebidas alcoólicas (vinhos, cervejas ou bebidas destiladas) e produtos alimentícios como queijos amarelos, frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi), alimentos embutidos e o chocolate.

O chocolate apesar de induzir a sensação de prazer decorrente da presença de Serotonina (neurotransmissor responsável por impedir que estímulos normais sejam percebidos como dolorosos pelo cérebro) e da feniletilamina (promove sentimentos de atração, excitação, tonturas e apreensão) está associado às crises de enxaqueca, pois os picos de queda e aumento de serotonina podem desencadear uma resistência dos receptores desse neurotransmissor, assim como a presença de feniletilamina é classificada como um desencadeador da enxaqueca.

O chocolate, além disso, é composto por teobromina e cafeína. Estes componentes químicos podem acarretar crises por alterar o fluxo sanguíneo cerebral e liberar noradrenalina pelos neurônios. No entanto, a retirada da cafeína atua como fator desencadeante, pois quando se interrompe o consumo desta substância, ocorre a vasodilatação e o consequente aumento do fluxo sanguíneo resultando na enxaqueca, fazendo-se necessário manter um equilíbrio da substância para se evitar as crises.

Como medida profilática é fundamental a identificação e restrição dos alimentos desencadeantes, adotando-se uma estratégia nutricional com intuito de prevenir a doença de uma forma natural.

Mayra Ivonete Wessling – 5º semestre do curso de Farmácia.

Referências bibliográficas:

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VINCENT, Maurice. FISIOPATOLOGIA DA ENXAQUECA (OU MIGRÂNEA). Medicina (Ribeirao Preto. Online), Ribeirão Preto, v. 30, n. 4, p. 428-436, dec. 1997. ISSN 2176-7262. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/6797/8266>. Acesso em: 22 mar. 2017. 

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