quinta-feira, 27 de abril de 2017

Hipertensão

A pressão arterial é o resultado do trabalho cardíaco e da tensão das artérias sobre o sangue para conduzi-lo para todos os órgãos. Sem a pressão arterial não haveria vida. Ao longo do dia, os valores pressóricos variam conforme o nível de atividade, mas eles precisam retornar o mais rápido possível para valores considerados normais, idealmente abaixo de 120X80 mmHg. Quando não normaliza, a pressão aumentada continuada provoca danos em órgãos como coração, vasos sanguíneos, rins entre outros.

Estima-se que 30% da população brasileira mantenha os valores acima de 140/90 mmHg. Quanto mais idade, maior o percentual de pessoas acometidas: mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75% dos indivíduos acima de 70 anos. A prevalência da hipertensão está associada ao estilo de vida. Alta ingestão de sal e álcool, tabagismo, obesidade, estresse, além do histórico familiar, são os vários fatores que podem se associar para provocar a doença. Assim, a melhor estratégia para o controle da pressão é manter um estilo de vida saudável e uma rotina periódica de aferição da pressão, antecipando-se aos problemas. Principalmente porque a hipertensão não costuma apresentar sintomas.

Quando a melhoria do estilo de vida não consegue manter a pressão arterial em níveis adequados, o uso de medicamentos é obrigatório. A hipertensão é uma doença crônica e a medicação não provocará a cura, apenas o controle dos valores da pressão arterial em níveis razoáveis. Muitas vezes, essa condição de manutenção da terapia para o resto da vida induz muitas pessoas a abandonar o tratamento ou não fazerem o uso correto dos medicamentos. As mulheres e os idosos são os que melhor seguem as recomendações.

Metade das pessoas hipertensas não realiza corretamente os diversos procedimentos considerados ideais. Algumas práticas simples são recomendadas para o uso adequado dos medicamentos. É muito importante manter anotado os horários dos medicamentos ou associar a sua administração às atividades diárias; tomá-los sempre no mesmo horário; não deixar de tomar o medicamento ao passear ou viajar; providenciar nova caixa de medicamento antes que a antiga acabe; e manter-se assíduo às consultas médicas agendadas. E se você é adepto do “chopinho”, modere o consumo do álcool, mas não deixe de se medicar, mesmo ao beber.

Um fator muito importante é entender o significado da doença. Caso tenha dúvidas pergunte ao médico ou ao farmacêutico porque ao conhecer a doença, é mais fácil se tornar aderente ao uso dos medicamentos.

Prof. Dr. Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.

* Texto publicado originalmente no Jornal da Orla.

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