sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Dermocosméticos

Cosméticos são preparações para uso externo nas diversas partes do corpo humano. São produtos para pele, cabelo, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e mucosa da boca.  A função de um cosmético é a de limpar, perfumar, alterar a aparência e/ou corrigir odores corporais. Mas também protegê-los ou mantê-los em bom estado.

O uso dos cosméticos tem se modificado nas últimas décadas. Nos dias de hoje, além da beleza e da estética, os produtos estão sendo desenvolvidos para a garantia da saúde de toda a estrutura da pele. O desenvolvimento do conhecimento sobre a saúde dessa parte do corpo permite a elaboração de produtos com benefícios diversificados. Esses produtos, os dermocosméticos, são algo intermediário entre o simples cosmético e os medicamentos.

Eles podem ser usados para a manutenção da saúde da pele saudável ao garantir fotoproteção, hidratação adequada ou manutenção de sua vitalidade. Também pode ser opção em situações de problemas dermatológicos, usados isoladamente ou em conjunto com os medicamentos. Seu uso é comum em processos inflamatórios como em acne, rosácea, dermatite atópica, psoríase ou dermatite seborreica. Em função disso, sua produção tem de atingir os mesmos níveis de qualidade dos medicamentos.

Pela normatização brasileira, atualizada em fevereiro de 2015, os cosméticos são classificados em duas categorias, Grau I ou II. Os de Grau II possuem formulação com indicação específica. Essa classificação também se refere à maior possibilidade de causar reações adversas devido ao uso inadequado do produto, seja por uma formulação inadequada ou por ser aplicado em área do corpo que não a indicada.

Há, em curso, uma grande discussão mundial sobre a garantia da qualidade para esses produtos. Questiona-se, de forma até enfática, sobre a utilização de animais para na análise desses produtos. Alguns consideram o uso dos cosméticos como supérfluos, não justificando o sacrifício de animais em laboratórios. Por outro lado, a indústria de cosméticos tem desenvolvido novas técnicas denominadas "in vitro", sem a utilização de animais, procurando estudar os genes, as proteínas e os produtos do metabolismo celular.

Os estudos para o desenvolvimento dos cosméticos não se limitam apenas aos componentes ativos, mas, principalmente, em relação à base utilizada para que essa substância atinja as camadas mais profundas da pele. E isso é a grande diferença entre os vários produtos disponíveis no mercado. Os melhores produtos estão nas melhores bases.

Prof. Dr. Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.

* Texto publicado originalmente em 13 de julho de 2015 pelo jornal da Orla.

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