segunda-feira, 27 de março de 2017

Álcool é mais prejudicial às mulheres

O álcool é uma substância depressora do Sistema Nervoso Central que, em quantidades excessivas, pode ocasionar diversos problemas à saúde. Para as mulheres, em especial, os efeitos aparecem mais rapidamente e de forma mais prolongada devido a diferenças na metabolização. Na prática, o organismo feminino demora um tempo maior para expelir o álcool.

Mestre em toxicologia e análises toxicológicas, a professora Paula Carpes Victorio, do curso de Farmácia da UniSantos, ressalta que o consumo em excesso pode desencadear doenças hepáticas e cardiovasculares, câncer de mama, osteoporose e distúrbios psiquiátricos como bulimia e anorexia. E os riscos podem ser ainda maiores quando a mulher possui alterações hormonais significativas e outras doenças pré-existentes, além de alimentação inadequada aliada ao sedentarismo.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 3,2% das mulheres brasileiras apresentam algum transtorno relacionado ao uso de álcool, sendo que 1,8% apresenta diagnóstico de dependência. “Tanto o homem quanto a mulher são propensos, mas, devido às suas particularidades, elas se tornam mais suscetíveis”, diz a especialista.

A professora alerta para os perigos da dependência. “É importante pensar que, ingerir bebida alcoólica em todos os eventos sociais, durante a semana e durante as refeições e, sobretudo, se o indivíduo não consegue resolver situações problemáticas do cotidiano sem antes consumir álcool, podemos estar diante de um caso de dependência, sendo este um potencial risco para o bem viver”.

Na gravidez, especificamente, o consumo é proibido. Paula explica que a placenta não atua como barreira ao álcool e com isso toda e qualquer quantidade consumida pela gestante acaba afetando o embrião/feto. A principal consequência é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é a formação inadequada do encéfalo e neurônios. “Além da SAF, é possível nascimento prematuro, aborto e prejuízos cognitivos e comportamentais”.

Padrões de consumo – De acordo com dados do II Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, o consumo alcoólico de 5 doses ou mais por mulheres cresceu de 17% para 27% de 2006 para 2012. A regularidade de mulheres que bebem pelo menos uma vez por semana também aumentou. Ela passou de 27% em 2006 para 38% em 2012.

Liliane Souza – 7º semestre do curso de Jornalismo

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