terça-feira, 29 de agosto de 2017

Diferença entre as estatinas utilizadas no tratamento do colesterol

O colesterol consiste na elevação dos níveis lipídicos, em especial da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), sua elevação acarreta na formação de ateromas, os quais são caracterizados como o acúmulo de lipídios na parede interna da artéria. A formação de ateromas está diretamente relacionada com doenças cardiovasculares, as quais segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) foram a principal causa de morte no mundo. Estima-se que 17,5 milhões de pessoas morreram de doenças cardiovasculares em 2012, representando 31% de todas as mortes em nível global. Com isso, evidencia-se que a dislipidemia, somada à outros fatores de risco, constitui um problema mundial de saúde pública.

A primeira abordagem a ser adotada para realização do tratamento farmacológico do colesterol é a utilização de estatinas (http://bit.ly/2xnFTlc), classe medicamentosa que possui a ação de reduzir os níveis lipídicos. Dentre as estatinas, seis delas são as mais utilizadas no tratamento farmacológico, como lovastatina, pravastatina, sinvastatina, fluvastatina, atorvastatina e rosuvastatina. Todas elas têm, de maneira geral, o mesmo efeito farmacológico final. Mas cada uma delas apresenta diferenças farmacocinéticas, que é o caminho percorrido pelo medicamento no organismo e todas as alterações sofridas até ser eliminado na urina ou fezes, e também em sua lipossolubilidade, que consiste na capacidade do fármaco se ligar as células.

Quanto a efeito farmacológico, a atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose realizada em 2017 mostra que a rosuvastatina 40 mg realiza uma redução de cerca de 50% ou mais dos níveis lipídicos, enquanto a pravastatina 40mg realiza uma redução que varia entre 30% a 50%. O mesmo acontece com a atorvastatina 80 mg, que reduz 50% ou mais, enquanto a sinvastatina 80mg e fluvastatina 80mg reduzem de 30% a 50%. Via de regra, essa classe medicamentosa tende a ser bem tolerada pelo organismo, entretanto alguns efeitos como distúrbios gastrointestinais, aumento da concentração plasmática das enzimas hepáticas, e insônia podem ser notados. Pacientes que não podem fazer uso de estatinas indica-se a terapia combinada de niacina, ezetimiba e ou colestiramina. Contudo os benefícios que o tratamento farmacológico proporciona superam os riscos de que ocorra algum efeito indesejado, reforçando assim, a adesão contínua ao tratamento.

Mayra Ivonete Wessling – 6º semestre do curso de Farmácia.

Referências:
CAMPO, Vanessa Leiria; CARVALHO, Ivone. Estatinas hipolipêmicas e novas tendências terapêuticas. Quím. Nova,  São Paulo ,  v. 30, n. 2, p. 425-430,  Apr.  2007.

FALUDI, André Arpad et al . Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq. Bras. Cardiol.,  São Paulo ,  v. 109, n. 2, supl. 1, p. 1-76,  July  2017.

LINARELLI, Maria Conceição Barbosa; POTT JR, Henrique. Estatinas: uma revisão sobre aspectos vasculares. Rev. Ciênc. Méd., Campinas, 17(1):43-52, jan/fev., 2008.

LUNARDI, Cláudia Cruz; MOREIRA, Cleci Menezes; SANTOS, Daniela Lopes dos. Colesterolemia, trigliceridemia e excesso de peso em escolares de Santa Maria, RS, Brasil. Rev Bras Med Esporte,  Niterói ,  v. 16, n. 4, p. 250-253,  Aug.  2010.

SANTOS, R.D. et al . I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol.,  São Paulo ,  v. 100, n. 1, supl. 3, p. 1-40,  Jan.  2013.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Doenças Cardiovasculares. Disponível em: < http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_joomlabook&view=topic&id=218&Itemid=232>. Acesso em 04 Ago 2017.

XAVIER, H. T. et al . V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol.,  São Paulo ,  v. 101, n. 4, supl. 1, p. 1-20,  Oct.  2013.

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