sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Outros medicamentos para dislipidemia

Para a prescrição médica, sempre há o medicamento de primeira escolha, mais comumente prescrito. Para o tratamento das dislipidemias, os medicamentos de primeira escolha são as estatinas. As estatinas possuem resultados terapêuticos significativos, porém há estudos afirmando que muitos pacientes tratados com esses medicamentos não atingem o resultado terapêutico esperado.

Nessa condição, serão necessárias terapias complementares, sejam elas medicamentosas ou não. Como exemplo de opção não medicamentosa, para o controle da dislipidemia, há de se melhorar a qualidade do tipo de alimentos ingeridos. Porém, há casos da necessidade de substituição da classe terapêutica ou de associação com outros medicamentos.

As estatinas atuam inibindo a síntese do colesterol, indicado para a dislipidemia mais comum, a hipercolesterolemia. Há outros tipos de dislipidemia que necessitam de diferentes abordagens, utilizando medicamentos mais eficazes para cada dislipidemia. Dentre as opções, três são os mais utilizados: os inibidores da absorção do colesterol no intestino, os fibratos e os sequestrantes dos ácidos biliares.

Os inibidores da absorção do colesterol inibem a absorção do colesterol nas células intestinais, os enterócitos. Eles apresentam bons resultados de tolerabilidade e eficácia em doses baixas, podendo ser utilizados junto às estatinas ou de maneira isolada. Já os fibratos atuam reduzindo os triglicerídeos e aumentando o HDL, popularmente chamado de “colesterol bom”. Os fibratos raramente apresentam efeitos colaterais, mas não devem ser utilizados em associação às estatinas, pois esta combinação pode resultar em efeitos indesejados. Esses medicamentos são indicados como primeira escolha em casos de hipertrigliceridemia, ou seja, aumento de triglicerídeos, diferente da indicação das estatinas.

Os ácidos biliares atuam diretamente sobre os lipídeos ingeridos durante a alimentação. Eles permitem que as enzimas possam interagir com os lipídeos para transformá-los em moléculas menores e mais complexas, permitindo a sua absorção. Os sequestrantes de ácidos biliares irão inibir a ação dos ácidos biliares, não permitindo que os lipídios não sejam absorvidos. Esses medicamentos possuem grande vantagem, pois eles agem de maneira local e não agem de maneira sistêmica, no organismo todo. Porém, por agirem sobre uma importante função fisiológica, podem prejudicar a absorção de outros medicamentos e até mesmo de vitaminas.

Cada caso deve ser analisado individualmente pelo médico e, se possível, de maneira interdisciplinar, com o apoio e supervisão de outros profissionais. Como há diversas classes de medicamentos para a dislipidemia, o tratamento pode ficar confuso para o paciente, portanto sempre esclareça suas dúvidas com o médico durante o momento da prescrição ou com o farmacêutico no momento da aquisição do medicamento.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 6° semestre do curso de Farmácia

Referências:

MAGALHÃES, M.E.C, et al. Novas Perspectivas no Tratamento das Dislipidemias. Revista da SOCERJ. Rio de Janeiro, v. 17, n.2, p.105-111, Jun. 2004.

XAVIER, H.T, et al. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol. São Paulo, v.101, n,4, supl.1, Out. 2013


                

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