quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Infarto e o ácido acetilsalicílico

As doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte no Brasil e no mundo, havendo pesquisas apontando que, possivelmente, até 2020, o infarto agudo do miocárdio se tornará a maior causa de morte isolada no Brasil. Há diversos fatores de risco que podem levar o indivíduo ao infarto, e estes estão relacionados a aspectos nutricionais, fisiológicos, genéticos e até mesmo do ambiente.

O infarto agudo do miocárdio ocorre a partir do momento em que ocorre o bloqueio da passagem de sangue dentro dos vasos sanguíneos, impedindo que este sangue possa nutrir o miocárdio, músculo responsável pela ejeção do sangue para o corpo. Como o miocárdio é um músculo que trabalha de maneira constante e involuntária, é necessário que haja o constante fluxo de oxigênio que é levado pelo sangue. Sem o fluxo de oxigênio, o coração passa a trabalhar além da sua capacidade, gerando lesões no tecido miocárdico.

Esse bloqueio da passagem sanguínea pode ocorrer de diversas formas, sendo as placas de gordura presentes nas artérias e os coágulos de sangue formados, as principais causas. Estudos apontam que o conhecimento sobre os fatores de risco do infarto agudo do miocárdio é a maneira mais eficiente de evitá-lo. Porém, também é possível trabalhar sua prevenção por meio de medicamentos que permitam maior fluxo de sangue dentro das artérias.

O medicamento mais conhecido para este propósito é o ácido acetilsalicílico (AAS), um antiagregante plaquetário. O AAS tem a função de inibir a aglomeração de plaquetas no sangue, impedindo que esse amontoado de plaquetas possa obstruir algum vaso sanguíneo. Ao impedir a agregação dessas células sanguíneas evita-se a sedimentação do sangue e ele passa a ser mais fluído, melhorando sua perfusão. Pelo fato do AAS evitar essa sedimentação, é comum dizer que ele “afina o sangue”. Porém, é um termo que não deve ser adotado para explicar a ação do medicamento.

No mercado é possível encontrar o AAS em comprimidos de 500mg, de uso adulto, e o AAS em comprimidos de 100mg, comercializado como dose de uso infantil. Esse medicamento em doses maiores tem seus outros efeitos potencializados, como os efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos. É possível ter o efeito antiagregante plaquetário do AAS, que previne danos cardiovasculares, pela faixa dos 75-100mg. Portanto, é possível trabalhar a prevenção do infarto agudo do miocárdio com o AAS infantil, mesmo que você seja adulto.

Estudos mais recentes apontam que a tomada do medicamento apenas três vezes por semana já seria o suficiente para se obter o efeito preventivo em casos de infarto e evitar os efeitos colaterais mais acentuados que essa classe de medicamentos pode trazer. Sempre busque praticar exercícios físicos e balancear a alimentação para não haver riscos de desenvolver doenças cardíacas. Realize exames cardíacos com seu médico de maneira periódica, e tire todas as dúvidas sobre medicamentos com o seu farmacêutico.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 6° semestre do curso de Farmácia

Referências:

SCHMIDT, M.M. et al. Prevalência, etiologia e características dos pacientes com infarto agudo do miocárdio tipo 2. Rev Bras Cardiol Invasiva. São Paulo, v.23, n.2, p.119-123, 2015.

OLIVEIRA, L.B.; Püschel, V.A.A. Conhecimento sobre a doença e mudança de estilo de vida em pessoas pós-infarto. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. Goiânia, v.15, n.4, p.1026-33, out./dez. 2013.


PESARO,  A.E.P.; JUNIOR, C.V.S.; NICOLAU, J.C. infarto agudo do miocárdio miocárdio - síndrome síndrome coronariana coronariana aguda com supradesnível supradesnível do segment segmento ST. Rev Assoc Med Bras, São Paulo, v.50, n.2, p.214-220, 2004. 

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