sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Medicamentos não indicados para crianças

Quando se fala do uso de medicamentos em crianças, há diversos fatores que se deve ficar atento. A dose deve variar com o peso da criança e quanto a via de administração, são preferenciais as que deem maior conforto, como a via oral. Quando se trata de crianças, o menor erro pode criar o maior dos problemas.

Antes dos medicamentos serem comercializados, é necessário passar por diversos testes clínicos para comprovar segurança e eficácia. Esses testes têm diversas fases e, de maneira resumida, há os testes em animais e, posteriormente, os testes em seres humanos. Por questões éticas, apenas em adultos é permitido realizar esses testes. Pela fragilidade características que apresentam e, excluem-se testes em idosos, grávidas e crianças.

Dada essa situação, não se tem muitos dados sobre possíveis reações adversas na população infantil. Além da ausência de informações que garantam a segurança de alguns medicamentos, as crianças possuem o metabolismo diferente dos adultos, ou seja, aplicar uma dose adulta em uma criança pode ser fatal.

Então, pelo fato de muitos medicamentos não terem sido testados em crianças, os médicos optam por realizar as prescrições off label. Esse tipo de prescrições consiste na indicação de medicamento para um efeito, ou faixa etária, para o qual não há comprovação científica de segurança para o seu uso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define os testes necessários para se definir a indicação do medicamento, bem como a faixa etária de segurança.

Usar um medicamento fora dessas condições pode ser uma decisão perigosa, porém, muitas vezes, é a única solução para determinada doença. A experiência e o conhecimento dos profissionais de saúde e passa a ser comumente prescrita, mesmo não havendo sua comprovação científica de maneira adequada.

Ao usar medicamentos em crianças, também é necessário considerar que as crianças são distintas ao longo de seu desenvolvimento. É possível encontrar diferenças ente um recém-nascido, até um ano de idade, até os sete, aproximadamente, e finalizando a sua fase de adolescência até ser considerado adulto. Assim, os pais devem se preocupar com o tipo de medicação que os filhos estão tomando e se o medicamento utilizado por adultos, poderá trazer algum risco a elas. Nunca administre medicamentos em crianças por conta própria, sempre busque ajuda médica e tire as dúvidas com o farmacêutico.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 6° semestre do curso de Farmácia

Referências:

PAULA, C.S, et al. Uso off label de medicamentos em crianças e adolescentes. Rev Ciênc Farm Básica Apl. Araraquara, v.32, n.2, p.217-223, 2011.

CARVALHO, P.R.A. et al. Identificação de medicamentos "não apropriados para crianças" em prescrições de unidade de tratamento intensivo pediátrica. J. Pediatr. (Rio J.) Porto Alegre, v.79, n.5,  Set./Out. 2003.

COSTA, P.Q. et al. Carência de preparações medicamentosas para uso em crianças no Brasil. J Pediatr (Rio J). Porto Alegre, v.85, n.3, p.229-235, 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário