segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Medicamentos de uso crônico em crianças

Com o avanço das tecnológicas, está cada vez mais fácil diagnosticar doenças que antes só eram possíveis de serem diagnosticadas após longos períodos, principalmente as doenças crônicas, o que poderia comprometer a saúde da criança que se espera que possa se desenvolver sem nenhuma restrição, se sentindo livre para praticar atividades físicas como todas as outras.

As doenças crônicas são enfermidades de difícil cura, sendo adotados tratamentos que visam o controle da evolução da doença, diminuindo-se os sintomas. Porém, mesmo com medicação, doenças crônicas podem ser fatores limitantes para algumas atividades.

Deve-se entender que crianças não são pequenos adultos, seus organismos reagem de maneira diferente aos medicamentos. Isso ocorre devido ao metabolismo das crianças estar em constante desenvolvimento, podendo ser separado em até seis fases diferentes, conforme a idade, até ter o metabolismo consolidado do adulto.

O medicamento altera as funções fisiológicas do organismo para realizar o seu propósito e, normalmente, também acabam alterando funções não desejadas. Essa intervenção em outros pontos orgânicos é o que se denomina efeitos colaterais, que podem ser de menor ou maior grau. Porém, por mínimo que seja, esse efeito pode prejudicar a terapêutica. E as crianças são mais suscetíveis a eles.

Os medicamentos mais utilizados em crianças são os anti-inflamatórios, anti-histamínicos e corticoides. Os anti-inflamatórios, como o próprio nome indica, servem justamente para inibir a cascata inflamatória causada por determinada lesão, sendo medicamentos de fácil obtenção no mercado. Porém, seu uso crônico pode ter diversas complicações, como levar a criança a desenvolver úlceras e gastrites, por exemplo.

Os anti-histamínicos são bastante utilizados no controle de crises alérgicas, mas, se utilizados de maneira continua e não controlada, podem causar tonturas e dores de cabeça. Já os corticoides são muito utilizados por pacientes asmáticos, com o intuito de impedir as crises.

Os corticoides de uso sistêmico com o objetivo imunossupressor para evitar as crises, pode trazer como consequência a recorrência das doenças infecciosa.

É importante os pais estarem juntos da criança para apoiar no tratamento, pois como se trata de doença crônica, o uso do medicamento deverá ser contínuo. A adaptação da família tanto na questão econômica quanto na questão social, de dar a atenção necessária para que a criança entenda o motivo do tratamento é de grande importância. Além disso, se o horário de administração do medicamento ocorrer em períodos de aula, sempre informe os professores responsáveis para auxiliar a criança. Nunca saia do consultório médico ou da farmácia com dúvidas, sempre se oriente com profissionais habilitados como o farmacêutico ou o médico.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 6° semestre do curso de Farmácia

Referências:

VIEIRA, M.P; LIMA, R.A.G. crianças e adolescentes com doença crônica: convivendo com mudanças. Rev Latino-am Enfermagem. Ribeirão Preto, v.10, n.4, p.552-60 Jul./Ago. 2002.
JUNIOR, J.B.S. Asma, competência social e transtornos comportamentais em crianças e adolescentes. Estudos de Psicologia. Campinas, v.25, n.2, p.185-192, Abr./Jun. 2008.

BRICKS, L.F.; LEONE, C. Utilização de medicamentos por crianças atendidas em creches. Rev. Saúde Pública. São Paulo, v.30, n. 6, p.527-35, 1996.

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