sexta-feira, 5 de maio de 2017

Ideação suicida

O suicídio, ao longo dos tempos, já foi considerado uma atividade criminosa, em alguns países. As religiões também condenam, em diversos níveis, o ato suicida. Mas, atualmente, o suicídio e a ideação suicida são considerados problemas de saúde pública. Os países têm estabelecido políticas para sua prevenção.

Estima-se aumento de 60% no número de casos nos últimos 45 anos. No Brasil, acredita-se haver 5,3 mortes a cada 100.000 habitantes, com variações entre cada estado. Para cada suicídio efetivo, calcula-se que houve outras dez tentativas que não provocaram a morte. Os números e os motivos variam em cada grupo populacional. O suicídio é uma das três causas de mortes entre jovens e adultos até 40 anos. E há relato de casos de crianças a partir dos 10 anos tentando se matar.  E isso no mundo todo.

Alguns fatores aumentam a probabilidade de tentativas de suicídio. Depressão, uso de substâncias psicoativas, incluindo-se o álcool, e transtornos psíquicos são fortes fatores que promovem esse ato. Doenças graves e crônicas também estimulam a ideação. Nos idosos, o isolamento social e a perda de prestígio induzem tentativas de morte.

Apesar do medo de se falar sobre o assunto, é preciso a atenção dos familiares e amigos para evitar que alguém possa vir a cometer um ato mais drástico. Aproxime-se e converse com pessoas que expressam a vontade de morrer ou de se matar. Fique alerta se perceber que um indivíduo está pesquisando em demasiado o assunto. Dê atenção a quem fale sobre o sentimento de estar desesperado ou de não ter nenhuma razão para viver. Esses são sinais muito evidentes de que a pessoa ter ideação suicida e vir a efetivar esse desejo.

Mas outros sinais sutis também podem indicar essa condição. Por exemplo, o aumento no uso de álcool ou de drogas, comportamento agitado ou ansioso, dormir demais ou de menos também podem indicar que a pessoa está com problemas.

A atenção profissional é fundamental para a prevenção do suicídio. A atuação dos médicos, psicólogos, assistentes sociais e todas as demais profissões é fundamental para o controle desse problema de saúde pública. Mas é preciso se expor, é preciso que o tema venha a ser discutido como um real problema de saúde e que deve e pode ser minimizado. Cresce, desse modo, o papel da família e da rede de relacionamento. No SUS, os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, têm, em tese, capacidade de atuar nessa questão. Fundado em 1962, o Centro de Valorização da Vida disponibiliza vário meios de comunicação para aqueles que necessitem conversar, independentemente de estar pensando em efetivar o suicídio. É um serviço voluntário e já tradicional no Brasil.

Prof. Dr. Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.

* Texto publicado originalmente no portal da revista Mais Santos

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