segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Formas de explicar a homeopatia

A homeopatia, terapêutica muito difundida na sociedade, costuma gerar diversas polêmicas sobre os seus efeitos. Essa polêmica surge pelo fato dos princípios homeopáticos serem diferentes dos princípios alopáticos, daqueles medicamentos convencionais.

O princípio alopático baseia-se no princípio dos contrários, ou seja, para tratar determinada enfermidade é necessária a administração de substância que produzam efeito contrário ao da patologia. Por exemplo, em quadros inflamatórios é necessária a aplicação de substâncias anti-inflamatórias.

Já a homeopatia funciona de maneira diferente, baseando-se no princípio dos semelhantes. Com isso, acredita-se que a administração de substâncias que produzem efeitos semelhantes de uma doença em indivíduos saudáveis, pode estimular o organismo do indivíduo debilitado contra a doença.

Como exemplo banal, pode-se pensar que a picada de uma abelha provoca um quadro inflamatório característico. Pelo princípio da semelhança, um medicamento produzido a partir da abelha servirá para resolver um quadro semelhante com causa distinta, por exemplo, um quadro inflamatório causado pelo excesso de exposição.

Para que haja o efeito desejado, os medicamentos homeopáticos têm seus princípios ativos diluídos em escalas decimal ou centesimal. Esse fato é o principal motivo do porquê a homeopatia gera tantas discussões sobre seus reais efeitos. Há diversas explicações sobre o mecanismo que a homeopatia funciona, incluindo a teoria do efeito rebote, que é derivada do próprio entendimento da farmacologia convencional.

Quando o organismo entra em contato com uma substância, inicialmente ocorre o efeito primário, que é a ação direta da substância no organismo. Por exemplo, na administração de um anti-hipertensivo, o efeito primário será a redução da pressão arterial desejada.  

O efeito rebote é a reação secundária desenvolvida pelo organismo quando entra em contato com determinadas substâncias, estimulando o organismo a produzir efeito contrário ao da substância. Esta ação secundária é a maneira que o organismo utiliza para manter o equilíbrio das funções fisiológicas, tentando não deixar que determinada função esteja mais acentuada do que outras. O efeito rebote dos descongestionantes é bastante conhecida. Após a instilação nas narinas do líquido descongestionante, virá uma congestão rebote, podendo ser de maior intensidade daquela tratada.

A teoria do efeito rebote explicaria a homeopatia, pois a administração de uma substância que produza os mesmos efeitos da doença em pessoas sadias, em altas diluições, estimularia o organismo a produzir o efeito contrário do medicamento homeopático. Por exemplo, se o paciente está inflamado e utiliza o medicamento homeopático com a substância que também tem ação inflamatória, o organismo iria produzir um efeito rebote contra essa substância e passaria a desencadear efeitos anti-inflamatórios no organismo.

A prática homeopática produz resultados positivos na maioria dos pacientes que fazem uso dela. Mesmo que seu mecanismo de ação não seja totalmente esclarecido e não possa ter eficácia comprovada do mesmo jeito que os medicamentos alopáticos, a homeopatia chega a ser terapia de primeira escolha para muitas pessoas. Parte dessa credibilidade advém do fato já ser usada por mais de 200 anos. Consulte um farmacêutico homeopata, presente na maioria dos estabelecimentos homeopáticos, para quaisquer dúvidas e prescrições, pois o farmacêutico tem permissão para prescrever medicamentos homeopáticos.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 6º semestre do curso de Farmácia

Referências:

TEIXERA, M.Z. Immunomodulatory drugs (natalizumab), worsening of multiple sclerosis, rebound effect and similitude. Homeopathy. London, v.102, n.3, p.215-24, Jul. 2013

SHAH, R. Desafios colocados ao tratamento homeopático pelo uso anterior de medicação imunossupressora: Observações da prática clínica. Revista de Homeopatia. São Paulo, v.74, n.3, p.49-54, 2014.-


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