quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Homeopatia funciona?

Sim, funciona. O fato de não haver provas científicas não a descredencia. Aliás, muitas das “verdades” que a ciência já provou, se mostraram verdadeiras mentiras. Muitos medicamentos já foram retirados do mercado porque novos fatos surgiram. Mas não é a ciência que é o problema, pelo contrário, ela deve ser o grande guia da humanidade, porém é preciso entendê-la.

A ciência moderna ocidental está baseada em alguns pressupostos que foram firmados por diversos filósofos e pessoas ligadas à ciência, desde o início da idade moderna. Esses pressupostos, ou seja, pontos de partida para se entender os fatos, levaram a uma obrigatória separação entre o corpo físico biológico e a individualidade do ser, aqueles elementos que os distingue, como a razão e a emoção. Com isso, a ciência entende que os organismos humanos, por exemplo, são iguais em sua essência e em nada influenciado pela individualidade.

Assim, os experimentos científicos buscam provar o quanto reagimos de forma semelhante e apenas aceitando o igual como certo e científico. Para a homeopatia e outras terapêuticas vitalistas, como acupuntura ou a ayurveda dentre outras, o que importa é aquilo que é próprio e característico de sua individualidade. Deste modo, é muito difícil criar um plano de investigação em que muitos reajam da mesma forma frente ao mesmo tipo de problema.

Ao considerar a individualidade para a escolha do medicamento, uma simples dor de barriga resultará na possibilidade de uso vários medicamentos diferentes, dependendo da pessoa. A ciência moderna não admite isso, porque são os resultados em números que permitem a análise estatística e mostram o resultado esperado em porcentagem de efetividade, para cada opção terapêutica.

A homeopatia e demais terapêuticas vitalistas precisam se apoiar em outras formas de provas para mostrar a sua eficácia. Para a homeopatia é difícil criar um protocolo científico que faça um número muito grande de pessoas usar um mesmo medicamento para resolver um problema semelhante.

A homeopatia e as demais terapêuticas vitalistas têm mostrado, como prova de sua eficácia, resultados expressivos ao longo do tempo. A Organização Mundial da Saúde admite a homeopatia e outras formas de terapêutica baseando-se em sua longevidade cultural, ou seja, não é uma prática de moda, mas algo que se consolida ao longo tempo. É preciso considerar que o uso da homeopatia precisa de bom senso, assim como tudo que fazemos na vida. Ela não é infalível.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.


*Publicado originalmente pelo Jornal da Orla

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