
O impulso suicida também é uma
reação natural, mas é mais comum nas pessoas que estão exaustas por dentro e
debilitadas emocionalmente. Geralmente essas pessoas tentam
suicídio usando mais de um tipo de substância química (medicamentosa ou não). Os
fármacos psicoativos (substâncias que alteram o estado mental), os tranquilizantes, antidepressivos e
anticonvulsivantes estão entre os medicamentos mais utilizados nas tentativas
de suicídio.
Nos medicamentos de venda livre o
que mais se destaca é a dipirona, diferentemente de outros países em que o paracetamol é utilizado na mesma
proporção dos antidepressivos e tranquilizantes. O medicamento é o principal
agente que causa intoxicação em humanos no Brasil. Tranquilizantes,
antigripais e antidepressivos são as classes que mais causam intoxicação. Cerca
de 44% das intoxicações foram classificados como tentativa suicídio.
A intoxicação por tranquilizantes
pode gerar sintomas como sedação, sonolência, fala arrastada, confusão mental,
depressão na respiração, diminuição da pressão arterial podendo levar a coma e
óbito. Em casos de intoxicação é indispensável assistência respiratória, se
necessário fazer uso de oxigênio. É de suma Importância o monitoramento da
respiração e dos sinais vitais. Para alguns fármacos, induzir ao vômito apenas
se a ingestão tiver sido realizada minutos antes, entretanto, alguns fármacos
não devem ser induzidos, pois podem acelerar o início da depressão e coma.
Nos casos em que o indivíduo está
consciente, é administrado carvão ativado. Já nos casos em que se encontra
inconsciente é realizada a lavagem gástrica.
Flumazenil é o antidoto usado para reverter a sedação e há melhora dos
efeitos respiratórios.
Os antidepressivos em doses
excessivas podem gerar sintomas como inconsciência prolongada, coma, convulsões,
depressão respiratória entre outros. Em caso de intoxicação o tratamento é
complexo, sendo realizado a lavagem gástrica, seguida de administração de
carvão ativado repetidamente. Não se deve induzir o vômito pois pode causar
convulsões. O paciente deve ser observado por no mínimo 6 horas.
Os anticonvulsivantes reduzem a atividade
motora, podem causar sedação leve, confusão, delírios, dificuldade na fala e até
coma. Em casos de intoxicação deve-se
ter assistência respiratória, monitoramento respiratório e cardiovascular. Na
tentativa de rever o caso é feita Lavagem gástrica, Carvão ativado entre outros.
A alcalinização urinária é feita para facilitar a excreção do fármaco tóxico. Nos casos de pacientes com insuficiência renal é necessário fazer hemodiálise, junto a medidas sintomáticas e
de manutenção.
Estudar e prevenir as tentativas
de suicídio é um processo complexo, um desafio que envolve recursos
financeiros e sensibilidade por parte dos profissionais envolvidos.
Laís Oliveira Reis – 8º semestre do curso de Farmácia
Referências:
BERNARDES, S.S., TURINI, C.A.,
MATSUO,T. Perfil das tentativas de suicídio por sobre dose intencional de
medicamentos atendidas por um Centro de Controle de Intoxicações do Paraná,
Brasil, Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, p. 1366-1372, jul., 2010
CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA,
falando abertamente sobre suicídio, Programas de Prevenção do Suicídio e Saúde
Mental.
SECRETARIA DA SAÚDE, (CCE) Intoxicações por Medicamentos,
Governo do Estado do Paraná. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1447>.
Acesso em: 14/09/2016.
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