domingo, 23 de setembro de 2012

Etnofarmacologia

Etnofarmacologia é a ciência que estuda o conhecimento empírico sobre a utilização da medicina tradicional em diferentes sociedades ou grupos étnicos.

Esses estudos observam a complexa relação daquela sociedade com as plantas e animais utilizados para fins terapêutico. Apesar de, muitas vezes, o uso das plantas ser carregado de superstição, não cabe preconceito nesse tipo de pesquisa. Os estudos são realizados com métodos científicos de investigação. A partir de levantamentos sobre as plantas utilizadas em comunidades tradicionais com finalidade terapêutica, é possível analisar se realmente há algum princípio ativo nos materiais estudados e se o uso terapêutico é coerente.

A etnofarmacologia, e outros estudos semelhantes como etnobotânica, são de extrema importância para a preservação das culturas tradicionais relacionada à medicina. Essa preservação é importante porque os conceitos dos povos, muitas vezes, acabam se perdendo no tempo devido ao choque cultural.

Hoje com a onda verde, as pessoas tendem a se optar por estratégias consideradas “naturais”. Mas devemos ter cuidados, porque os chazinhos e produtos naturais podem causar problemas tanto quanto os medicamentos alopáticos.

Texto: Thairis Queiroz (aluna do 4º semestre do curso de Farmácia da UNISANTOS)
Foto: enjoyperu.com

Campo de trabalho para profissionais de Farmácia

Daniel de Oliveira Santos se formou em Farmácia em 2009 pela UNISANTOS. Aprovado em processo seletivo, irá atuar a partir de outubro de 2012 no Polo Base indígena da cidade de Brasnorte no Mato Grosso. Ao todo são 34 polos base espalhados pelo Brasil, os polos ficam nos distritos sanitários indígenas, onde há postos de saúde e as Casas de Apoio ao Índio.

Seu contato será com cinco etnias diferentes dentro do polo, em relação a essa diversidade ele está tranquilo, tem admiração pela cultura indígena. “Eles lidam com a saúde como deveríamos lidar, tem toda uma complexidade, tem que se apropriar da questão cultural, há um cuidado mais ampliado que o nosso, há uma cultura espiritual. Uma etnia tem um ritual de sete meses, e cada um tem uma função de colheita, eles acreditam que se não fizerem essa oferenda, serão punidos pelos deuses com doença.”

Apesar da preservação da cultura indígena, a assistência médica algumas vezes acaba afastando-os um pouco de sua cultura, segundo Daniel, o sistema de troca dos índios acaba saindo caro e como o governo fornece medicamentos alopáticos de graça, eles preferem ter o medicamento do que fazer a troca de produtos entre eles.

Em relação à expectativa, Daniel espera um novo aprendizado. “A expectativa é de uma série de conceitos e práticas diferentes da que nós vemos nos grandes centros urbanos. Vai ser um grande aprendizado não só profissionalmente, mas para a vida também”. Segundo ele, o Ministério da Saúde irá abrir concursos para profissionais da saúde voltado para a comunidade indígena também em 2013.

Texto: Russel Dias (aluno do 4º semestre de Jornalismo da UNISANTOS)


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