Certos remédios precisam agir sozinhos no organismo para não alterarem negativamente o efeito de outro medicamento. A interação medicamentosa acontece quando aparecem efeitos farmacológicos. No momento em que são administradas no indivíduo duas substâncias diferentes ao mesmo tempo. E não são apenas remédios que sofrem ou causam alteração dos efeitos esperados pelos médicos, mas, também, plantas e drogas.
A farmacêutica e
professora da UNISANTOS, Carla Lanza Belmonte Henriques, alerta que é
necessário tomar cuidado com os remédios tomados para que não aconteça
interação medicamentosa indesejada e prejudique o próprio paciente.
Ela diz que misturar medicamento ansiolítico, anticonvulsivante, com
álcool, por exemplo, “potencializa o efeito do remédio e pode causar
sonolência excessiva”. Mais perigosa ainda é a interação entre substâncias
ilícitas. Segundo Carla, a “associação de álcool com drogas ilícitas pode
aumentar a ação estimulante de uma das substâncias”, o que pode levar à
overdose.
Também precisam de
atenção as plantas usadas para fazer chás ou remédios caseiros. Ao contrário do
que geralmente se pensa, as plantas provocam efeitos colaterais graves se não
utilizadas corretamente, mesmo sendo mais naturais. A farmacêutica exemplifica:
“um hipertenso que faz uso de anti-hipertensivo e toma um chá ou compra um
medicamento fitoterápico pode ter sua pressão arterial aumentada. É preciso
cuidado, pois as plantas trazem efeitos colaterais da mesma forma [que medicamentos
industrializados]”.
No entanto, há
momentos, também caracterizados como interação medicamentosa, em que “o médico
usa outra substância para aumentar o efeito de outro remédio”, especialmente
“complexos vitamínicos com fibras, para nutrientes sejam absorvidos mais
rápido”, diz Carla.
Porém, por falta
de diálogo entre médicos, podem ser prescritos remédios que prejudicam o
paciente quando utilizados ao mesmo tempo que outro medicamento. “O governo faz
campanha para o uso racional de remédios, mas o tema da interação medicamentosa
é pouco divulgado. Divulgar o uso correto de remédio no momento correto é muito
importante”, completa Carla.
Bruno Almeida - aluno do 4º semestre de Jornalismo
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