A dependência ao
álcool é considerada doença crônica, atingindo 12% da população adulta, no
Brasil. É uma doença sem cura, provoca muitos danos biológicos e causa prejuízos
sociais, familiares e econômicos, entre outras coisas. A terapia medicamentosa
está claramente indicada paras as situações de intoxicação por álcool e na
situação da síndrome de abstinência e apenas como adjuvante para o controle da
dependência em si.
O álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central e, portanto, reduz as atividades cerebrais. Esse mecanismo justifica, em parte, a busca pelo efeito ansiolítico (calmante) do álcool e, do mesmo modo, os sinais claros da embriaguez: perda de equilíbrio e de reflexo, sonolência e voz pastosa. A dependência ao álcool tem o fator biológico como importante, porém os contextos social e pessoal são determinantes.
O álcool causa
dependência, que é quando o organismo se adapta e passa necessitar de sua
presença constante no sangue. Caso haja um decréscimo nos valores plasmáticos,
começam a surgir sinais da carência, caracterizando a síndrome de abstinência e
que pode ser bastante grave. Essas duas situações podem ser controladas por
medicações, porém ainda não há uma substância que possa evitar, de forma clara
e contundente, a compulsão pelo consumo, não havendo, assim, terapêutica
medicamentosa exclusiva para a dependência. De forma importante, eles complementam
as outras intervenções.
Quando voluntário, o
controle da doença é possível com alguns tipos de abordagem como a afetiva, a cognitivo-comportamentais,
dentre outras. Grupos como o dos alcoólicos anônimos apresentam considerável chance
de sucesso no controle da doença. O sucesso do tratamento é atribuído à franca
troca de experiências entre os ex-usuários.
Uma prática bastante
comum, provocada pelo desespero dos familiares, é a de administrar ocultamente
um tipo de medicamento que provoca fortes reações adversas quando ingeridas com
álcool. Em princípio, espera-se que o dependente passe a considerar o uso do
álcool como experiência desagradável. Além de poucos resultados efetivos, pela
falta da terapia de apoio, pode provocar sérios transtornos hepáticos.
Outros medicamentos,
aprovados pelas autoridades sanitárias, têm sido usados com bastante sucesso,
porém nunca como tratamento principal. Esses medicamentos diminuem as taxas de
recaída, reduzem os dias de consumo e prolongam os períodos de abstinência. Novos
medicamentos estão sendo testados e apresentam resultados bastante promissores.
Esse é um problema complexo, sem cura mas controlável, que depende do apoio
familiar, da própria vontade e do uso de técnicas adequadas.
Prof. Dr Paulo Angelo
Lorandi
*Texto originalmente publicado no Jornal da Orla em 07/09/2013
*Texto originalmente publicado no Jornal da Orla em 07/09/2013
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