É difícil achar quem
não se renda a uma boa xícara de café. Mas muito se tem falado sobre os
benefícios e malefícios desse hábito, uma vez que a cafeína, presente na bebida,
é uma substância com efeito farmacológico importante sobre o sistema nervoso
central, o digestório, os rins e os pulmões. Porém, os resultados dos estudos
científicos são contraditórios e não determina, de forma categórica, a
restrição de seu uso, desde que consumido de forma moderada. A cafeína também
está presente no chá mate (Ilex
paraguariensis), no chocolate, no guaraná, além de produtos
industrializados.
Como estimulante do
sistema nervoso central, a cafeína melhora o estado de alerta, a atenção e a velocidade
de reação, dando uma sensação de melhoria no rendimento intelectual. Porém, o
uso em excesso pode causar agitação, ansiedade, dor de cabeça e insônia.
Essa ação no cérebro também induz o aumento da frequência respiratória, além de
ação direta nos brônquios, melhorando a respiração durante a crise asmática.
A cafeína também atua
no controle da dor, tanto isoladamente quanto potencializando o efeito de
outras substâncias e, portanto, é muito usada em fórmulas de medicamentos
analgésicos. O seu efeito no controle da cefaleia é bastante efetivo. Entretanto,
o uso da cafeína apresenta mais efeitos adversos do que outros analgésicos,
principalmente, nervosismo, náuseas e tonturas. E, de forma contraditória, o
consumo habitual de cafeína pode estar associado ao desenvolvimento de
enxaqueca e cefaleia crônica diária. É importante ressaltar que a interrupção
abrupta em pacientes que fazem uso crônico de cafeína pode causar uma síndrome
de abstinência, incluindo cefaleia, fadiga e sonolência acentuada, ansiedade ou
depressão, náuseas e vômitos.
A cafeína também tem
sido utilizada como estratégia para melhorar o desempenho físico, retardando a
sensação de fadiga dos atletas. Mas é uma substância proibida pelo Comitê
Olímpico Internacional por aumentar o rendimento de forma artificial. E a
cafeína também provoca aumento da pressão arterial, principalmente após a
atividade física. Assim, os indivíduos hipertensos devem evitar o uso de café
e, notadamente, o consumo excessivo. Outras pessoas que devem evitar o uso de
cafeína são as que apresentam problemas gástricos porque essa substância
aumenta a secreção gástrica de forma significativa. E estudos indicam grandes
perspectivas para o uso da cafeína em Parkinson, com a possibilidade de a
substância diminuir o risco da doença e até controlar os
sintomas.
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi
* Texto originalmente publicado no Jornal da Orla, em 30/11
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