A
depressão, ou síndrome depressiva, é caracterizada por um conjunto de sintomas
persistentes por mais de duas semanas, dentre os quais o mais significativo é a
tristeza atípica. É
corriqueiramente confundida com mau-humor ou tristeza pontual em resposta a uma
decepção, perda ou insatisfação, tão comum às gerações atuais, tipicamente imediatistas,
competitivas, materialistas e muito dependentes de recompensas.
Os
fatores determinantes desta doença não estão totalmente esclarecidos. Há os que
defendam que a depressão é um desequilíbrio químico, no qual a concentração de
neurotransmissores se encontra diminuída, sendo passível de tratamento
medicamentoso. Os antidepressivos agem elevando a disponibilidade dos
neurotransmissores, supostamente ajustando o desequilíbrio, ajudando a controlar os sintomas e
sinais da depressão.
Há, também,
os que defendam o tratamento da depressão exclusivamente por meio da
psicanálise. Esta terapia que trabalha o inconsciente teria a tarefa de regular
as relações do organismo com o ambiente de modo a enfrentar as angústias, a
vencer o sofrimento.
Há,
ainda, quem defenda que as citadas terapias são adjuvantes e complementares, a
cura da depressão só seria possível através de intervenções químicas para
ajuste de níveis de neurotransmissores, e psíquicos motivacionais de autonomia
e mudança comportamental.
A
mídia vem, constantemente, destacando a depressão como o “mal do século XXI”, o
que sugestiona a população para o autodiagnóstico influenciando, de algum modo,
o prescritor. Há a defesa por alguns pesquisadores que este raciocínio tem
mantido crescente a taxa de acometidos. Essa dinâmica seria fundamentada em
pesquisas patrocinadas pela indústria de medicamentos, comprometendo a
imparcialidade dos dados devido a conflito de interesses.
Quanto
ao antidepressivos, em geral, o paciente abandona a terapia medicamentosa com a
passagem da crise aguda, ou pelo surgimento de efeitos colaterais, que incluem:
dores de cabeça, transtornos sexuais, perturbações alimentares e digestivas. Esta
interrupção abrupta é extremamente perigosa, pois o organismo já está
dependente do fármaco para a manutenção dos níveis de neurotransmissores. O rápido
declínio desta concentração traz a chamada síndrome de abstinência, que
favorece recaídas e até mesmo ideias suicídas. Para que este agravo não ocorra,
o desmame somente deve ser feito lentamente, com acompanhamento médico.
É
imprescindível salientar que medicamentos não fazem as pessoas mais felizes. Muitas
vezes a introdução de hábitos saudáveis de alimentação e atividade física,
somados a relacionamentos sólidos são substituintes equivalentes para saúde
mental.
Suzana
Silva de Oliveira – 9º semestre Farmácia
Referências
BARATTO,
Geselda; AGUIAR, Fernando. A “psicologia
do ego” e a Psicanálise freudiana: das diferenças teóricas fundamentais.
Santa Catarina: Rev. Filos., 2007. V.19, n.25, p.307-331, jul./dez. 2007.
BRATS.
Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde. Antidepressivos no transtorno depressivo maior em adultos. [S.l.]: Brats,
2012. ISSN 1983-7003 Ano VI nº 18 | Março de 2012.
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