terça-feira, 6 de maio de 2014

Incretinomiméticos e o controle do diabetes

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária lançou nota esclarecendo a indicação e reações adversas importantes de uma nova classe de medicamentos denominada incretinomiméticos, destinada ao controle do diabetes mellitus tipo II - doença crônica de alta prevalência caracterizada pelo aumento de glicose no sangue em decorrência da resistência das células a ação da insulina. Foram relatados à Anvisa a ocorrência de pancreatite e câncer de pâncreas, que se apresentaram em maior número para as pessoas que utilizaram o antidiabético com outra finalidade que não a hipoglicemiante.


Dentre os indivíduos acometidos por algum tipo de reação pancreática, foi amplamente relatada a utilização inadequada do fármaco, muitas vezes em doses aumentadas, como auxiliar da perda de peso. A administração indevida por não diabéticos com fins de combate a obesidade, motivada por sua atividade reguladora de apetite, caracteriza desvio do uso regular desse medicamento, uma vez que a única indicação aprovada pela Anvisa para o fármaco, até o presente momento, se dá somente como agente antidiabético.

O conhecimento da ação do hormônio incretina, naturalmente secretado por células do intestino delgado durante a digestão dos alimentos, inspirou o desenvolvimento deste novo fármaco. Esta ação fisiológica se dá na diminuição da produção de glicose pelo fígado, no estímulo de liberação de insulina (hormônio responsável pela entrada do açúcar nos tecidos) e no controle da saciedade. Qualquer motivo que ocasione a redução desta ação resultaria no diabetes do tipo 2.

Dada a inserção do fármaco no mercado, a administração por um grande número de usuários evidenciou a efetividade dos incretinomiméticos como antidiabético, mas também a ocorrência de efeitos colaterais como náuseas, dores de cabeça e diarréia. Essa conclusão advém de estudos pós comercialização denominado de farmacovigilância.

Mesmo que efetivo no tratamento, nenhum medicamento está isento de efeitos adversos. O acompanhamento farmacológico deve ser praticado e reações indesejadas brevemente relatadas. Converse com seu médico e farmacêutico.

Suzana Silva de Oliveira – 9º semestre de Farmácia

Referências
ANVISA. Ministério da Saúde. Anvisa reforça esclarecimentos sobre medicamento Victoza. Brasília: MS, 2011. Disponível em:<http://portal.anvisa.gov.br>.
BARRETO, Fátima Miranda. Perda de peso com incretinomiméticos. Portugal: UBI, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. A vigilância, o controle e a prevenção das doenças crônicas não-transmissíveis: DCNT no contexto do Sistema Único de Saúde brasileiro. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.
MARANHÃO, P.; BOUSKELA, E.; AGUIAR, L. G. K.. Lipemia pós-prandial e incretinas na reatividade endotelial. Maranhão: Revista Hupe, 2014. V13, n1.         



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