Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
lançou nota esclarecendo a indicação e reações adversas importantes de uma nova
classe de medicamentos denominada incretinomiméticos, destinada ao controle do
diabetes mellitus tipo II -
doença crônica de alta prevalência caracterizada pelo aumento de glicose no
sangue em decorrência da resistência das células a ação da insulina. Foram
relatados à Anvisa a ocorrência de pancreatite e câncer de pâncreas, que se apresentaram
em maior número para as pessoas que utilizaram o antidiabético com outra
finalidade que não a hipoglicemiante.
Dentre os indivíduos acometidos por algum tipo de reação
pancreática, foi amplamente relatada a utilização inadequada do fármaco, muitas vezes em doses aumentadas, como auxiliar da perda de peso. A administração indevida por não
diabéticos com fins de combate a obesidade,
motivada por sua atividade reguladora de apetite, caracteriza desvio do uso regular desse medicamento,
uma vez que a única indicação aprovada pela Anvisa para o fármaco, até o
presente momento, se dá somente como agente antidiabético.
O conhecimento da ação do hormônio
incretina, naturalmente secretado por células do intestino delgado durante a
digestão dos alimentos, inspirou o desenvolvimento deste novo fármaco. Esta
ação fisiológica se dá na
diminuição da produção de glicose pelo fígado,
no estímulo de liberação de insulina (hormônio responsável pela entrada do
açúcar nos tecidos) e no controle da saciedade. Qualquer motivo que ocasione a redução
desta ação resultaria no diabetes do tipo 2.
Dada
a inserção do fármaco no mercado, a administração por um grande número de
usuários evidenciou a efetividade dos incretinomiméticos
como antidiabético, mas também a ocorrência de efeitos colaterais como náuseas,
dores de cabeça e diarréia. Essa conclusão advém de estudos pós comercialização
denominado de farmacovigilância.
Mesmo que efetivo no tratamento, nenhum medicamento está
isento de efeitos adversos. O acompanhamento farmacológico deve ser praticado e
reações indesejadas brevemente relatadas. Converse com seu médico e
farmacêutico.
Suzana Silva de Oliveira – 9º semestre de Farmácia
Referências
ANVISA.
Ministério da Saúde. Anvisa reforça
esclarecimentos sobre medicamento Victoza. Brasília: MS, 2011. Disponível
em:<http://portal.anvisa.gov.br>.
BARRETO,
Fátima Miranda. Perda de peso com
incretinomiméticos. Portugal: UBI, 2013.
BRASIL.
Ministério da Saúde. A vigilância, o
controle e a prevenção das doenças crônicas não-transmissíveis: DCNT no
contexto do Sistema Único de Saúde brasileiro. Brasília: Organização
Pan-Americana da Saúde, 2005.
MARANHÃO,
P.; BOUSKELA, E.; AGUIAR, L. G. K.. Lipemia
pós-prandial e incretinas na reatividade endotelial. Maranhão: Revista
Hupe, 2014. V13, n1.
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