sexta-feira, 18 de julho de 2014

Antídoto

Antídoto é toda substância capaz de neutralizar os efeitos de um intoxicante. Este termo é amplamente conhecido pela aplicação no combate a venenos, mas também é empregado na intervenção em reações tóxicas a alimentos e medicamentos.

Não existem antídotos para todas as intoxicações possíveis, razão de a prevenção ser a iniciativa crucial. Uma potencial causa de intoxicações consiste no hábito de manter medicamentos, utilizados corriqueiramente, estocados em casa. O uso tendencioso de medicamentos não prescritos, ou até mesmo anteriormente indicados, pode favorecer uma intoxicação por excesso, troca ou interação de substâncias. Há também o risco de uso por terceiros, com especial atenção a crianças.

Outras formas de agentes intoxicantes são os metais pesados, tais como mercúrio e chumbo. Estes materiais são encontrados em termômetros, corantes e outras diversas aplicações na indústria, porém seu uso vem sendo gradativamente substituído dada sua ação nociva ao ser humano. O contato acidental ou o consumo continuado destes contaminantes alimentares podem gerar acúmulo no organismo, causando danos neuronais, hematológicos, má formação congênita e saturnismo. O antídoto aplicado nesta situação consiste em substâncias que se complexem aos metais, ou seja, se liguem a estes de modo a isolá-los do organismo e evitar suas atividades tóxicas.

Já o tratamento da intoxicação por alguns praguicidas aplicados em lavouras, em semelhança aos gases empregados em guerra química, consiste na atenuação da atividade do agente intoxicante. Neste caso, o antídoto não combate diretamente o agente causador, mas sim reverte ou anula sua ação até que o organismo metabolize ou excrete a substância. A velocidade de prestação de socorro é extremamente importante aqui. Se o antídoto não for administrado dentro de 48 horas da absorção destes agentes químicos, o dano se torna irreversível e fatal.

O controle da intoxicação deve ser realizado por um corpo profissional especializado, e jamais por fórmulas caseiras. A administração de leite, clara de ovo e outras receitas caseiras podem mascarar os sintomas da intoxicação, dar a falsa impressão de cura e retardar o auxílio médico, enquanto, na verdade, o avanço do tempo sem socorro adequado agrava o quadro clínico do paciente. A funcionalidade destes recursos genéricos não tem embasamento científico, e mais importante: a ação de uma toxina demanda antídoto específico. O serviço de emergência deve ser acionado o mais rapidamente possível, mesmo que o paciente esteja aparentemente bem.

Suzana Silva de Oliveira – 9º semestre Farmácia

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