Antídoto é toda substância capaz de neutralizar os efeitos
de um intoxicante. Este termo é amplamente conhecido pela aplicação no combate
a venenos, mas também é empregado na intervenção em reações tóxicas a alimentos
e medicamentos.
Não existem antídotos para todas as intoxicações possíveis,
razão de a prevenção ser a iniciativa crucial. Uma potencial causa de
intoxicações consiste no hábito de manter medicamentos, utilizados
corriqueiramente, estocados em casa. O uso tendencioso de medicamentos não
prescritos, ou até mesmo anteriormente indicados, pode favorecer uma
intoxicação por excesso, troca ou interação de substâncias. Há também o risco
de uso por terceiros, com especial atenção a crianças.
Outras formas de agentes intoxicantes são os metais pesados,
tais como mercúrio e chumbo. Estes materiais são encontrados em termômetros,
corantes e outras diversas aplicações na indústria, porém seu uso vem sendo
gradativamente substituído dada sua ação nociva ao ser humano. O contato
acidental ou o consumo continuado destes contaminantes alimentares podem gerar
acúmulo no organismo, causando danos neuronais, hematológicos, má formação
congênita e saturnismo. O antídoto aplicado nesta situação consiste em
substâncias que se complexem aos metais, ou seja, se liguem a estes de modo a isolá-los
do organismo e evitar suas atividades tóxicas.
Já o tratamento da intoxicação por alguns praguicidas
aplicados em lavouras, em semelhança aos gases empregados em guerra química, consiste
na atenuação da atividade do agente intoxicante. Neste caso, o antídoto não combate
diretamente o agente causador, mas sim reverte ou anula sua ação até que o
organismo metabolize ou excrete a substância. A velocidade de prestação de
socorro é extremamente importante aqui. Se o antídoto não for administrado
dentro de 48 horas da absorção destes agentes químicos, o dano se torna
irreversível e fatal.
O controle da intoxicação deve ser realizado por um corpo
profissional especializado, e jamais por fórmulas caseiras. A administração de
leite, clara de ovo e outras receitas caseiras podem mascarar os sintomas da
intoxicação, dar a falsa impressão de cura e retardar o auxílio médico,
enquanto, na verdade, o avanço do tempo sem socorro adequado agrava o quadro
clínico do paciente. A funcionalidade destes recursos genéricos não tem
embasamento científico, e mais importante: a ação de uma toxina demanda
antídoto específico. O serviço de emergência deve ser acionado o mais
rapidamente possível, mesmo que o paciente esteja aparentemente bem.
Suzana Silva de Oliveira – 9º semestre Farmácia
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