Calor e chuvas intensas são fatores propícios para o
aparecimento do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Neste ano, em todo o Estado de São Paulo foram
registrados mais de 80 mil casos, sendo que cerca de 1.300 ocorreram na Baixada
Santista. Além da prevenção para combater a proliferação do mosquito, especialistas
alertam que é preciso atentar-se para a questão da automedicação, que, em
alguns casos, pode agravar o estado de saúde de quem contraiu a doença.
O professor do curso de Farmácia da UniSantos, Fabrício dos Santos Cirino, mestre em Saúde Coletiva, explica que a doença provoca a diminuição do número de plaquetas, o que prejudica a coagulação do sangue. O perigo está justamente no fato de que alguns medicamentos possuem a capacidade de evitar a agregação plaquetária.
Farmacêutico, o professor Fabrício alerta que apesar de muitos medicamentos serem vendidos sem a necessidade de prescrição, é preciso procurar orientação médica. “O paciente reclama de muita dor, então a tendência é fazer uso de anti-inflamatório ou algum analgésico”. Em casos de dengue, o indivíduo que ingere substâncias como os salicilatos (o principal responsável pela classe é o ácido acetilsalicílico – AAS) pode desencadear uma hemorragia e até levar à morte.
Epidemia - Até o momento foram confirmados mais de 100 casos em Santos. Para saber se é possível chegar a uma epidemia, o professor doutor em medicina Alfésio Luís Ferreira Braga, do Programa de Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva da UniSantos, esclarece que é preciso levar em conta aquilo que aconteceu nos anos anteriores. “A gente constrói uma ferramenta que ajuda a definir se os dados estão de acordo com o esperado ou não”. A cidade está na categoria alerta, definida quando menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito.
De acordo com o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), até a primeira semana de março foram notificados 360 casos de dengue em Santos. Itanhaém liderou a lista da região, com 431. Praia Grande aparece com 148; Guarujá, com 143; São Vicente, 122; e em Cubatão, 99 casos. A pesquisa leva em consideração o percentual de casas visitadas com larvas do mosquito. Bertioga, Mongaguá e Peruíbe não constam no levantamento.
Liliane Souza - 3º semestre do curso de Jornalismo
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