A administração de medicamentos
para qualquer indivíduo requer o consumo consciente. Quando se fala em
crianças, especificamente, o cuidado precisa ser redobrado. Os pais e
responsáveis devem ficar atentos para não deixar a emoção falar mais alto a
cada sintoma apresentado pelos pequenos. Isso porque medicar sem prescrição
pode trazer mais prejuízos do que o tempo gasto para ir até um hospital.
Professora Marlene |
“As crianças têm uma maior
possibilidade de ficar doentes, principalmente porque estão com o sistema
imunológico ainda em desenvolvimento”, explica a professora doutora Marlene
Rosimar da Silva Vieira, coordenadora do curso de Farmácia da Universidade
Católica de Santos (UniSantos). Ela conta que, por ser comum que as crianças
fiquem doentes, a tendência é que os pais mediquem por conta própria no intuito
de protegê-las. O problema é que, às vezes, eles podem acabar se tornando os vilões
da história.
Outra situação ocorre quando os
pais ou responsáveis levam a criança ao médico e ele receita o medicamento para
determinado sintoma. É comum que, caso no futuro ela apresente sintomas iguais
ou parecidos, os pais administrem a mesma substância. De acordo com a
professora, o ideal é que a criança seja levada novamente ao médico para que
ele dê o diagnóstico. Também porque, às vezes aquele medicamento pode não
servir para aquela situação.
O uso incorreto de medicamentos
pode levar a reações alérgicas, dependência e até à morte. A professora explica que, no caso dos
antibióticos, o uso indiscriminado pode facilitar o aumento da resistência de
microorganismos – diminuindo a eficácia desses medicamentos.
Proteção dos pais – A dona de casa Elizabete Borba Gonçalves é um
exemplo de mãe que já recorreu a medicamentos para socorrer suas filhas mesmo
sem prescrição médica. Para dores de cabeça, por exemplo, ela conta que
costumava dar algumas gotas de paracetamol. Para situações como essa, em que o
instinto materno fala mais alto, a professora alerta que é preciso ficar
atento. “Existem riscos de intoxicação por medicamentos. Dependendo do comprimido, pode ser perigoso”.
E tem estudo que comprova o risco
do uso incorreto de substâncias medicamentosas. De acordo com dados do Sistema
Nacional de Informações Toxico Farmacológicas (SINITOX), os medicamentos são os
maiores agentes de intoxicação humana. Em 2012, foram registrados 27.008 casos
de intoxicação medicamentosa em todo o Brasil, sendo que destes, 10.317
referem-se a crianças entre 0 e 9 anos.
Foto: Departamento de Imprensa UniSantos
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