quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Pais devem ficar atentos aos riscos com a medicação infantil

A administração de medicamentos para qualquer indivíduo requer o consumo consciente. Quando se fala em crianças, especificamente, o cuidado precisa ser redobrado. Os pais e responsáveis devem ficar atentos para não deixar a emoção falar mais alto a cada sintoma apresentado pelos pequenos. Isso porque medicar sem prescrição pode trazer mais prejuízos do que o tempo gasto para ir até um hospital.

Professora Marlene
“As crianças têm uma maior possibilidade de ficar doentes, principalmente porque estão com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento”, explica a professora doutora Marlene Rosimar da Silva Vieira, coordenadora do curso de Farmácia da Universidade Católica de Santos (UniSantos). Ela conta que, por ser comum que as crianças fiquem doentes, a tendência é que os pais mediquem por conta própria no intuito de protegê-las. O problema é que, às vezes, eles podem acabar se tornando os vilões da história.

Outra situação ocorre quando os pais ou responsáveis levam a criança ao médico e ele receita o medicamento para determinado sintoma. É comum que, caso no futuro ela apresente sintomas iguais ou parecidos, os pais administrem a mesma substância. De acordo com a professora, o ideal é que a criança seja levada novamente ao médico para que ele dê o diagnóstico. Também porque, às vezes aquele medicamento pode não servir para aquela situação.

O uso incorreto de medicamentos pode levar a reações alérgicas, dependência e até à morte. A professora explica que, no caso dos antibióticos, o uso indiscriminado pode facilitar o aumento da resistência de microorganismos – diminuindo a eficácia desses medicamentos.

Proteção dos pais – A dona de casa Elizabete Borba Gonçalves é um exemplo de mãe que já recorreu a medicamentos para socorrer suas filhas mesmo sem prescrição médica. Para dores de cabeça, por exemplo, ela conta que costumava dar algumas gotas de paracetamol. Para situações como essa, em que o instinto materno fala mais alto, a professora alerta que é preciso ficar atento.  “Existem riscos de intoxicação por medicamentos. Dependendo do comprimido, pode ser perigoso”.

E tem estudo que comprova o risco do uso incorreto de substâncias medicamentosas. De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas (SINITOX), os medicamentos são os maiores agentes de intoxicação humana. Em 2012, foram registrados 27.008 casos de intoxicação medicamentosa em todo o Brasil, sendo que destes, 10.317 referem-se a crianças entre 0 e 9 anos.

Liliane Souza – 6º semestre do curso de Jornalismo da UniSantos
Foto: Departamento de Imprensa UniSantos

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