segunda-feira, 12 de junho de 2017

Imunossupressores e transplantes

O sistema imunológico é uma estrutura complexa formada por milhões de células diferentes com um grau diversificado de funções. Genericamente, é sua função identificar e tentar destruir qualquer corpo estranho que tenha invadido o organismo, seja ele um microrganismo, como bactérias, vírus ou parasitas, ou uma substância química.

Esse sistema funciona de modo a saber distinguir o que faz parte do organismo ou não. Caso contrário, instala-se as denominadas doenças autoimunes, quando o sistema imunológico passa a destruir seus próprios tecidos. Os medicamentos imunossupressores agem suprimindo o sistema imunológico e são usados no tratamento, por exemplo, de doenças reumáticas e outros tipos de artrite, em doenças inflamatórias graves, em casos de doenças cutâneas graves, em condições autoimunes. Nos transplantes de órgãos e medula, os imunossupressores são usados no intuito de impedir a rejeição destes.

Como essa classe medicamentosa diminui a resposta imunológica, é possível aumentar o risco de infecções por microorganismos. No entanto, esses efeitos adversos variam conforme o fármaco a ser utilizado, a finalidade e a potência em que está sendo utilizado.

A maioria dos fármacos imunossupressores atuam reduzindo o número de linfócitos no nosso corpo, que são as principais células responsáveis por identificar e eliminar agentes estranhos. Isso explica a importância da utilização desse medicamento em transplantes, pois, para o sistema imune, o órgão transplantado é visto como um agente estranho, não pertencente ao organismo, sendo assim a utilização do fármaco impediria sua rejeição pelo sistema imunológico.

Normalmente, utiliza-se a combinação de três imunossupressores para melhor eficácia do tratamento, sendo cada um com diferente mecanismo de ação, possibilitando o uso de doses mais seguras, além de evitar efeitos adversos. O tratamento com imunossupressores é individualizado, disponibilizando ao paciente um tratamento mais adequado, levando-se em consideração o risco de rejeição, a idade, a raça, e a presença de comorbidades. Esses aspectos apenas se tornaram possíveis devido aos avanços tecnológicos no desenvolvimento de fármacos novos, os quais progressivamente tornaram-se mais potentes e seletivos, auxiliando a terapêutica de cada paciente, essas atribuições têm elevado à expectativa de vida do paciente e do órgão transplantado, evidenciando a importância da adesão ao tratamento com esses medicamentos.

Mayra Ivonete Wessling – 5º semestre do curso de Farmácia

Referências bibliográficas:

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